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Seppir e Sistema ONU discutem futuras parcerias
A secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luislinda Valois, visitou nesta quinta-feira a sede da ONU, em Brasília, onde foi recebida pelo coordenador residente das Nações Unidas no Brasil, Nicky Fabiancic. O encontro teve por objetivo discutir a parceria entre a Seppir e os organismos do Sistema ONU, a fim de ampliar e fortalecer os acordos de cooperação em áreas de interesse comum. O encontrou contou também com a presença de representantes dos organismos internacionais, como o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA); ONU Mulheres e do Alto Comissariado de Direitos Humanos.
Um dos assuntos da pauta foi a Década dos Afrodescendentes, lançada oficialmente no Brasil em julho de 2015. A iniciativa da ONU, que conta com o apoio da Seppir, tem como objetivo principal promover o respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos e liberdades fundamentais dos povos afrodescendentes, conforme prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A secretária Luislinda afirmou que a Seppir reunirá os esforços necessários para o cumprimento da agenda da Década no país, ressaltando que "somente com perseverança e enfrentando todos os desafios a humanidade poderá quitar o débito que possui com a população afrodescendente no Brasil e no mundo".
Segundo o representante adjunto do UNFPA, Yves Sassenrath, a Década representa um momento histórico para todos os países, sobretudo o Brasil, onde a maioria da população é negra e está vulnerável às situações de risco, como ocorreu recentemente com os surtos de chickungunya e zika.
Morte de Jovens Negros - A pauta tratou também da violência contra os jovens negros, que integra a agenda da ONU e é uma das prioridades da Seppir. Segundo o assessor especial Juvenal Araújo, a Secretaria está acompanhando de perto a criação do Plano Nacional de Enfrentamento ao Homicídio de Jovens Negros, que foi proposta pelo relatório final da Comissão Parlamentar sobre o tema que está em análise no Congresso Nacional.
De acordo com os dados do Mapa da Violência, que subsidiou o trabalho da CPI na Câmara e no Senado, um jovem negro é morto no Brasil a cada 23 minutos. Anualmente cerca de 23,1 mil jovens negros são assassinados em todo o país, com uma taxa de homicídios de jovens negros quatro vezes maior que a referente a jovens brancos da mesma faixa etária, entre 15 e 29 anos. Diante da gravidade dos dados, a secretária Luislinda destacou que o problema exige um esforço conjunto para solucionar o problema que traz sérios prejuízos ao futuro e ao desenvolvimento do país.
Durante a reunião, a secretária Luislinda foi convidada a participar de uma agenda entre o secretário-geral da ONU, Ban ki-Moon, e um grupo de jovens brasileiros durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro. A iniciativa é do próprio Ban Ki-Moon, que deseja dialogar com um grupo que represente toda a diversidade da juventude brasileira, incluindo os jovens negros, jovens mulheres e jovens LGBT, entre outros. A secretária ficou de dar uma resposta, mas demonstrou interesse em participar do encontro.
Fotos: Luiz Alves