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Encontro com jovens marca o Dia Nacional da Consciência Negra em Ceilândia
Jovens de Ceilândia e do entorno do Distrito Federal estiveram reunidos na última sexta-feira (20/11) em Ceilândia (DF) para discutir racismo e os desafios de uma política de enfrentamento à violência contra a juventude negra. O evento marcou o Dia Nacional da Consciência Negra e foi organizado pelo Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, por meio da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas (Seppir) e pela Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do Distrito Federal (Semidh).
Segundo Lindivaldo Júnior, que representou o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos no evento, a tematização da violência contra os jovens negros deve ser reforçada.
“A mortalidade da juventude negra vem sendo denunciada há pelo menos 40 anos. É importante estabelecer essa agenda para que toda a sociedade tenha consciência do problema”, argumentou.
Representante do governo do Distrito Federal, Janaína Bittencourt disse que o país precisa construir políticas públicas que enfrentem os indicadores que demonstram a desigualdade racial no país.
“Os gestores não podem se afastar dessas demandas, não podem deixar de ouvir as demandas da população jovem”, afirma a gestora.
Para Israel Melo, do Fórum da Juventude Negra do Distrito Federal e Entorno, somente com o diálogo e com a implementação de políticas públicas inovadoras é que o Brasil deixará de ser um país racista.
“O problema é complexo porque nós temos várias instituições reverberando o racismo, como as polícias. É preciso acabar com os autos de resistência (quando o policial registra a morte como legítima defesa), defendeu o líder estudantil.
Olhar Especial
Lindivaldo defendeu que as todas as políticas públicas do governo tenham um recorte racial, com o intuito de reduzir as diferenças entre os grupos sociais. Para ele, sem esse recorte é impossível superar o racismo e viver em uma sociedade justa.
“Há uma demora para chegarmos ao caminho que queremos, mas nós temos que fazer um pacto pela vida, e o governo federal já fez esse pacto. O trabalho, agora, é levar essas políticas públicas para todo o país”, concluiu.