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Ministra discute desafios e prioridades da SEPPIR na Câmara
Na manhã desta quinta-feira (14), a ministra da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, apresentou, na Câmara dos Deputados, as prioridades da SEPPIR para 2015, o plano e o cronograma de ação da Secretaria. A apresentação, realizada durante sessão da Comissão Geral da Casa, no Plenário Ulysses Guimarães, também englobou a agenda legislativa prioritária na Câmara para este ano.
Em sua fala, a ministra apresentou para os parlamentares um breve histórico do movimento negro no Brasil, fazendo um resgate da imprensa alternativa negra paulista, passando pelo Teatro Experimental do Negro, até a redemocratização do país, relacionando as lutas históricas do Movimento pela superação do racismo com a origem da Secretaria.
A baixa representatividade de pessoas negras nos espaços de poder e a mortalidade da juventude negra foram ressaltados pela ministra. "Nós temos muitos desafios, mas destaco dois: a construção de políticas que superem a mortalidade da juventude negra e o aumento da representatividade da população negra nos espaços de poder e nos diversos espaços da sociedade brasileira", afirmou.
O deputado Orlando Silva (PC do B-SP) manifestou apoio à agenda apresentada pela SEPPIR. “Considero que o que se faz hoje no Brasil é um verdadeiro genocídio contra nossa juventude. Precisamos implementar políticas públicas que garantam direitos humanos e a vida da nossa juventude”, enfatizou o deputado. No mesmo sentido, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou: "O rosto dos jovens que morrem no Brasil é o rosto negro. O rosto daqueles que estão nos centros de reabilitação, que agora querem colocar nos presídios falidos do país, são todos rostos negros", disse. A deputada ainda defendeu a necessidade de contemplar a diversidade brasileira na tomada de decisões no país. “Esse plenário está distante do rosto real da nação brasileira. Temos um plenário e um poder que é branco, masculino e ligado a uma classe social e, do lado de fora, nas periferias urbanas, temos os negros e negras”, afirmou Maria do Rosário .
Presidindo a sessão, a deputada Tia Eron destacou que os parlamentares negros devem incorporar a Caravana Pátria Educadora pela Promoção da Igualdade Racial e Superação do Racismo. "Quero fazer frente ao trabalho da Secretaria, para que outros deputados e deputadas possam se juntar e reforçar essa luta, que não é apenas daqueles que possuem uma quantidade maior de melanina, mas de todos os brasileiros”, ressaltou.
O deputado federal Antônio Brito (PTB-BA) disse que a SEPPIR pode contar com o apoio dos parlamentares negros, afirmando que estes devem se engajar em envolver os demais membros da Casa na defesa e promoção da igualdade racial. Sobre as pautas levadas aos parlamentares, o deputado afirmou que a “Comissão de Seguridade Social e Família irá discutir a saúde da população negra e que o Sistema de Saúde Pública precisa avançar e incluir o quesito igualdade racial em suas ações”.
Na conclusão da sessão, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou a importância do momento e enfatizou o papel da SEPPIR para mais da metade da população brasileira. "É muito importante o que a senhora hoje trouxe para esta Casa, para este debate, e quero pedir a esta Casa que reveja o orçamento e reconheça a SEPPIR como um Ministério estratégico para 52% da população brasileira", destacou.
Lançamento Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana
Nesta quinta-feira, a ministra Nilma Lino Gomes também participou do relançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados. Em sua fala, a titular da pasta reafirmou o compromisso da SEPPIR com as pautas ligadas às comunidades de matriz africana para a consolidação da democracia.“Temos um longo caminho pela frente na luta pela superação do racismo, da discriminação e da violência religiosa. E a força e resistência das comunidades de matriz africana tem contribuído com essa luta e para que nosso país seja diverso e mais humano”, afirmou a ministra.
Segundo a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), a Frente vem reafirmar a luta contra a discriminação étnico-racial e em defesa das tradições da população afrodescendente. “Este é um espaço para o debate das demandas da população negra, para reivindicar respeito e liberdade de culto, para que os povos de matriz africana possam celebrar sua religiosidade, para que os terreiros sejam respeitados como espaços de transmissão de conhecimento e consolidação da cultura negra”, afirmou a deputada.