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Brasil apresenta ações de combate a desnutrição para primeira-dama de Moçambique
Segundo a coordenadora geral de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa, a fortificação da alimentação infantil com micronutrientes em pó tem caráter preventivo, e é uma estratégia eficiente e eficaz na prevenção da desnutrição e problemas semelhantes em crianças.
“Para tratar apenas das crianças com anemia teríamos que fazer exames de sangue em cada uma delas, o que não seria prático. Também não poderíamos esperar um diagnóstico para somente então iniciar o tratamento. Optamos por oferecer a suplementação a todas as crianças com menos de cinco anos”, explica a gestora.
A suplementação atende uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e já é feita em mais de 50 países.
Para a ministra da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, o trabalho da Seppir é horizontal, no sentido de articular políticas junto aos demais ministérios e também junto a outros países, já que a internacionalização é uma das prioridades do plano plurianual da Seppir.
“Nosso objetivo é aproximar os países. Nós temos uma boa relação com Moçambique, diversos acordos em várias áreas e essa iniciativa é mais uma possibilidade de cooperação”, destacou.
A suplementação de vitaminas despertou o interesse da delegação moçambicana, que questionou sobre a logística e os custos envolvidos no processo, além das possíveis barreiras. O embaixador do Brasil em Moçambique, Rodrigo Baena Soares, frisou que o governo brasileiro está à disposição para treinamentos e orientações gerais para a implementação da iniciativa no país africano.
Para a primeira-dama moçambicana, agora é uma questão de verificar a viabilidade financeira e os trâmites necessários para adotar a iniciativa. “É uma ideia muito interessante porque já trabalhamos com ações nesse sentido. Agora temos que estudar para estabelecermos a parceria”.
Como funciona o programa
A suplementação de 15 vitaminas é feita através de sachês, sem gosto ou contraindicações, que são misturados na alimentação fornecida às crianças nas creches, como se fosse um tempero, adicionada após o preparo dos pratos.
A adesão ao programa é voluntária e feita através dos secretários municipais de educação e saúde, junto ao Ministério da Saúde. Atualmente mais de 330 mil crianças de zero a cinco anos em 1.717 municípios recebem a suplementação duas vezes ao ano.
O programa foi iniciado no segundo semestre de 2014 e após o primeiro ciclo de suplementação houve uma redução de 38% nos casos de anemia, 20% de défict de ferro e 55% de défict de vitamina A.
“Com a continuidade do programa esperamos avançar ainda mais nos números, pois os resultados são cumulativos”, disse Michele Lessa.
O custo de investimento, segundo os gestores da saúde, é baixo se comparados aos resultados da iniciativa, não só no campo da saúde, mas também considerados os benefícios para o desenvolvimento psico-motor de uma criança bem alimentada. Atualmente o Governo Federal investe R$ 7 milhões por semestre na iniciativa, valor que deve ser reduzido a partir de 2016 quando a produção do suplemento será nacional.