Confira como foi o primeiro dia da IV Conapir

Especialistas, pesquisadores, representantes do governo e sociedade civil estão reunidos desde segunda-feira (28) na IV Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos, por meio da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O evento será realizado até quarta-feira (30) no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). 

“O principal objetivo do encontro é promover um amplo diálogo entre gestores(as) estaduais e municipais de igualdade racial e representantes da sociedade civil comprometidos na solução dos problemas que afligem as vítimas de preconceito e discriminação baseadas nas diferenças étnico-raciais”, ressaltou o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha.

A abertura foi realizada em um ambiente democrático, onde as diversas delegações manifestaram suas posições políticas e reforçaram a luta contra o genocídio da juventude negra, contra a violência que afeta os templos e sacerdotes das religiões de matrizes africana, ameríndia, feminicídio, direitos dos índios, ciganos e demais comunidades tradicionais.

A vereadora carioca Marielle Franco foi lembrada pelos delegados(as) e pelo secretário de políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo. “Nossa Conferência tem como natureza elementar a participação e a inclusão da maior parcela da população brasileira – os negros – e de povos ciganos, quilombolas, religiosos de matriz africana, indígenas e demais grupos vulnerabilizados da população, nos espaços de decisão a fim de assegurar o equilíbrio e os interesses dessa diversidade étnico-racial”, acrescentou o secretário. 

Em seguida, foi realizada a palestra magna de abertura, cujo o tema era “Década Internacional de Afrodescendentes”, ministrada pela psicóloga Edna Rolland, especialista na questão racial e relatora-geral da Conferência Mundial Contra o Racismo, realizada em Durban, na África do Sul, em 2001. Segundo ela, o evento abriu caminho para que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituísse a Década Internacional do Afrodescendente, entre janeiro de 2015 até dezembro de 2024. “A escravidão foi um processo histórico em que nasceram várias formas de racismo, desumanização dos negros e desvalorização da cultura, religião e características do povo”, enfatizou.

Na sequência, aconteceu o painel temático “Ações Afirmativas: Avanços e Desafios”, ministrado por Eduardo Gomor e David Marques, pesquisadores da Universidade de Brasília e da Universidade Federal de São Carlos. Eles fizeram um panorama da estrutura voltada para as políticas públicas de promoção da igualdade racial nos governos federal, estaduais e municipais, falaram do racismo que persegue as mulheres negras e da violência que tem a juventude negra como vítima principal.

Ainda na parte da tarde aconteceu a aprovação do Regimento Interno da Conferência, com uma intensa colaboração e apoio da sociedade civil sobre a proposta inicial. O Regimento irá orquestrar os trabalhos ao longo da quarta edição da Conapir.

Evento cultural
As cinco jovens e talentosas cantoras Cris Pereira, Kiki Oliveira, Kris Maciel, Renata Jambeiro e Teresa Lopes, do projeto "Nós Negras", de Brasília, encerraram o evento cultural da primeira noite do encontro. 
A Conapir continua nesta terça-feira (29). Veja a programação completa:

PROGRAMAÇÃO
29 de maio – terça –feira
9h às 12h – Grupos de trabalho por subtema – mapeamento, avanços, desafios e perspectivas
12h às 14h – Almoço
14h às 18h30 – Grupos de trabalho por subtema – mapeamento, avanços, desafios e perspectivas
19h- Jantar

EVENTOS CULTURAIS
8h30 – Teatro Judaico – Mergulho ou A Menina que Sangrava Poesia – Palco Plenária
13h – Cinema – Rio Cigano – Palco Plenária
20h – Rap Quilombola – Palco Plenária