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Equipe brasileira efetiva parceria para curso de atualização de professores em Moçambique
Entre os dias 17 e 21 deste mês, representantes do governo brasileiro iniciaram as discussões para efetivar o acordo assinado entre os países para cooperação técnica. O primeiro projeto a ser desenvolvido é um curso de capacitação para professores do ensino básico moçambicano em outubro de 2015.
A ideia do projeto é ministrar, em três regiões do país, um curso de capacitação de 30 horas para os professores moçambicanos nesta situação, com vistas a atualizar o conteúdo dos profissionais. A Seppir atua junto ao governo de Moçambique no desenvolvimento do termo de cooperação, e outros representantes brasileiros participam da missão.
A medida é necessária, segundo o governo de Moçambique, porque muitos dos professores não tem formação em curso superior. O déficit de instrução é semelhante a situação que o Brasil viveu nas décadas de 70 e 80, quando muitos dos professores de ensino básico tinham apenas a formação técnica em magistério, sem cursar a faculdade de pedagogia, por exemplo.
Para a assessora internacional da Seppir, o projeto tem caráter especial por ser uma iniciativa pioneira de projeto envolvendo um país africano. Segundo a assessora, os certificados do curso deverão ser entregues em solenidade que ocorrerá em novembro, no período do aniversário de 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre o Brasil e Moçambique.
Além do curso de capacitação, o termo de acordo entre os países prevê o intercâmbio de estudos, pesquisas relacionadas às questões raciais, historiografia, cultura e identidade negra, troca de experiências no campo do combate a desigualdade racial e racismo, entre outros itens.
Visitas técnicas
A equipe que está trabalhando no projeto de cooperação Brasil-Moçambique também realizou visitas técnicas a escolas do país. Na quinta-feira (20), a equipe visitou a escola primária de Kamavota (ensino primário completo), que funciona na periferia de Maputo, e foi construída a partir de um centro de acolhimento de crianças de rua. Também visitaram o Instituto de Ensino à Distância, onde foi realizado um debate sobre a formação de professores nos dois países.
Na quarta-feira (19) foi feita uma visita ao Instituto de Formação de Formadores de Matola, cidade-satélite de Maputo. O Instituto funciona em sistema de internato e recebe atualmente 372 alunos dos quais 168 são mulheres para uma formação de um ano, os formandos deverão atuar como professores do ensino básico.
A missão encerrou nesta sexta-feira, com a sistematização do trabalho e as próximas ações a serem realizadas. De acordo com Magali naves, “a missão foi positiva, pois seguiu a proposta de agenda e definiu as próximas ações a serem realizadas”, afirma.
Além de Magali Naves, participaram da atividade a diretora de Políticas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico-Raciais da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, Rita Potyguara Nascimento, a superintendente de Temáticas Especiais de Ensino da Secretaria de Educação de Minas Gerais, Iara Félix Viana, e as professoras Maurilane de Souza Biccas, da Universidade de São Paulo (USP) e Ana Lúcia Silva Souza da Universidade Federal da Bahia (UFBA).