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Líderes mundiais pedem pela defesa dos direitos humanos na abertura da 37ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU)
37ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU)
A abertura oficial da 37ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada hoje (26/02), em Genebra, ficou marcada pelo pedido de armistício na Síria, feito pelo Secretário Geral Antônio Guterres. O líder da ONU chamou atenção para a absoluta obrigação dos países com influência política e militar de proteger as infraestruturas civis sob o Direito Humanitário Internacional e as leis internacionais de direitos humanos.
Faz parte da reivindicação a implementação imediata e sustentada da trégua de 30 dias, principalmente em Ghouta Oriental, exigida pelo Conselho de Segurança, a fim de atender os sírios e evacuar os doentes. A ação faz parte de uma resolução exigindo “sem demora” um cessar-fogo humanitário de um mês na Síria, enquanto mais de 550 civis foram mortos em oito dias de ataques do regime neste reduto rebelde, localizado perto de Damasco.
O novo Ministro Interino dos Direitos Humanos, Gustavo do Vale Rocha, enviou o Secretário Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo, para representá-lo no evento. O Ministro Interino de estado vai cuidar também de temas que estão no centro da preocupação do governo – como a intervenção do Rio e também o trabalho com refugiados da Venezuela em Roraima. Já em reunião recente realizada para conhecer as demandas do ministério, adiantou a intenção de declarar 2018 como o ano dos direitos humanos no Brasil.
Juvenal Araújo fez sua intervenção em nome da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e saudou o mecanismo de Revisão Periódica Universal, que realiza sua contribuição de forma relevante no que se refere ao tratamento dos direitos humanos de forma objetiva, não seletiva e não politizada. A RPU baseia-se no entendimento de que todos os países, sem exceção, possuem desafios em matéria de direitos humanos e que a cooperação e o diálogo construtivo desempenham papel fundamental na promoção e proteção destes direitos.
A delegação brasileira conta também com a presença da Embaixadora do Brasil em Genebra, Maria Nazareth Farani Avezedo, e com o Subsecretário-geral de Assuntos Políticos Multilaterais do Brasil, Fernando Simas Magalhães que em seu discurso reafirmou o respeito e compromisso do Brasil em abordar seus próprios desafios de direitos humanos e fez referência à economia do país, afirmando que “o Brasil entrou nos eixos”.
Juvenal participou ainda do almoço em homenagem ao presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, que também discursou na abertura do evento e ressaltou a importância de seguir de perto as recomendações das Nações Unidas no cumprimento das leis aplicadas especificamente em Moçambique, como a proteção das pessoas jovens, de combate ao tráfico humano e a lei da família.
Proteção aos direitos humanos do estado do Rio de Janeiro/ObservaRIO – Para corrigir circunstanciais alegações de violações aos direitos humanos durante a intervenção federal no Rio de Janeiro, o Ministro Gustavo do Vale Rocha instituiu o Observatório de Direitos Humanos da Intervenção Federal na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro – ObservaRIO, por meio da Portaria nº 121, de 26 de janeiro de 2018.
Com o objetivo de acompanhar as ações e medidas executadas durante a intervenção federal relativas aos direitos humanos, o ObservaRIO também terá por finalidade manter diálogo com as autoridades federais no sentido de garantir respeito integral aos direitos humanos e facilitar a comunicação entre o Poder Público e a sociedade civil sob a perspectiva da obediência aos direitos humanos.
"Não é um trabalho de confronto com quem está responsável pela intervenção. É complementar, uma visão diferente. Vamos instituir a portaria para acompanhar as ações e medidas executadas durante a intervenção federal relativas aos direitos humanos", afirmou o ministro em entrevista.
O grupo de trabalho compreenderá representantes dos poderes da União, dos Estados e Municípios, do Ministério Público, da Defensoria Pública e sociedade civil que deverá apresentar relatórios de suas atividades, a participação dos escolhidos será considerada como prestação de serviço público relevante, não remunerada. Os relatórios parciais deverão ser apresentados quinzenalmente, a contar da data de sua instalação. O relatório final deverá ser apresentado em até 30 dias, a contar do fim da intervenção federal.
A portaria entra em vigor a partir de 27 de fevereiro de 2018.