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Luislinda Valois defende presença da cultura negra nas Olimpíadas no RJ
Foto: Luiz Alves
Nesta quarta-feira (13/7), em reunião com o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, a desembargadora Luislinda Valois (Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) solicitou o apoio do órgão para que as religiões de matriz africana sejam incluídas no Espaço Ecumênico, que foi instalado na Vila Olímpica para a prática de cultos religiosos durante os Jogos no Rio de Janeiro. O encontro teve a participação do presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira.
Em seu discurso de posse, no dia 6 de julho, a secretária Luislinda criticou a decisão do Comitê Olímpico Brasileiro, que deixou de fora essas religiões, classificando o fato como racismo e discriminação contra os povos de terreiro. Na ocasião, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse que o Ministério da Justiça e Cidadania solicitaria a inclusão ao COB.
A titular da Seppir ressaltou, ainda, que os negros não estão presentes nos esportes de elite, a exemplo do vôlei, tênis, automobilismo, tênis de mesa e esportes aquáticos, entre outros. Mas estão, disse ela, no futebol e na capoeira, de forma que esta última deve estar presente nos eventos realizados durante os Jogos.
O ministro Picciani explicou que a cerimônia de abertura dos Jogos é de responsabilidade do Comitê Organizador, mas afirmou que a capoeira estará presente na programação da Casa Brasil, que foi instalada na Praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro. O espaço, que contará com a participação da Fundação Palmares, terá 45 dias de atividades para mostrar toda a diversidade cultural do país.
Quilombo Pedra do Sal – A secretária Luislinda Valois também solicitou, por meio do ministro do Esporte, o apoio do Comitê Olímpico Brasileiro para o fortalecimento do Quilombo Pedra do Sal, situado no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro. Vizinho do Cais do Valongo, era justamente por esse porto que os negros escravizados entravam no Brasil para trabalhar na carga e descarga de sal. A região, onde vivem 25 famílias, foi tombado provisoriamente em 1984 e reconhecida em 2005. O lugar ficou conhecido como a “Pequena África”, por manter e garantir as tradições afro-brasileiras no local, como o samba e as religiões de matriz africana.