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Ipeafro busca apoio para ampliar acesso ao Acervo de Abdias Nascimento
A secretária especial da Seppir, Luislinda Valois, recebeu, nesta quarta-feira (20/7), a presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros, Elisa Larkin. No encontro, as duas conversaram sobre o acervo de Abdias Nascimento, considerado uma das principais referências, no Brasil e no mundo, da luta contra o racismo e a discriminação racial. Com sede no Rio de Janeiro, o Instituto pretende ampliar o acesso da população ao acervo, composto por imagens, documentos, obras de arte e registros audiovisuais.
Um dos objetivos do Ipeafro é levar a obra para as escolas, o que, segundo Luislinda Valois, vai permitir que as pessoas, principalmente os jovens, conheçam o trabalho de Abdias em defesa da identidade e dignidade étnica e humana da população negra.
O Ipeafro, que foi criado por Abdias Nascimento, atua na recuperação da história e dos valores da cultura negra, destacando-se como principal fonte de informações sobre a matriz africana no país. "Desde 2003 o Instituto vem realizando o tratamento técnico e a catalogação desse acervo com o objetivo de preservar e dar acesso ao seu conteúdo", explicou Elisa Larkin.
Parte dessas obras está disponível no site do Instituto (), na área Acervo Digital. Para consulta ao acervo físico, deve-se encaminhar um email para o endereço e agendar uma visita.
Sobre Abdias Nascimento - Escritor, artista plástico, teatrólogo, político e poeta, Abdias Nascimento foi um dos maiores ativistas pelos direitos humanos e deixou um legado de lutas pelo povo afrodescendente no Brasil. Participou da Frente Negra Brasileira, nos anos 1930, e ajudou a organizar o Congresso Afro-Campineiro em 1938. Durante viagem a vários países da América do Sul como integrante do grupo de poetas Santa Hermandad Orquídea, resolveu criar um teatro negro como arma de luta contra a discriminação racial. De volta ao Brasil, foi preso por resistir a agressões racistas e criou, na Penitenciária de Carandiru, em 1941, o Teatro do Sentenciado. Fundou no Rio de Janeiro, em 1944, o Teatro Experimental do Negro, que rompeu a barreira de cor nos palcos brasileiros e formou a primeira geração de atores e atrizes dramáticos negros do teatro brasileiro, além de propiciar a criação de uma literatura dramática afro-brasileira. Organizou eventos históricos como o 1º Congresso do Negro Brasileiro (1950) e a Convenção Nacional do Negro (1945-46), que propôs à Assembleia Nacional Constituinte de 1945 políticas afirmativas e a definição da discriminação racial como crime de lesa-Pátria.
Foto: Luiz Alves