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SEPPIR e Casa de Oxumarê debatem políticas públicas
Em encontro realizado nesta segunda-feira (19/12), na Casa de Oxumarê – terreiro de candomblé em Salvador-BA, a Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luislinda Valois, discutiu temas referentes à valorização das tradições de matriz africana. Entre as pautas, a problemática que envolve o sacrifício de animais em rituais religiosos, a alimentação do povo de santo, mapeamento e tombamento dos terreiros, e a imunidade e isenção dos templos religiosos.
Estiveram presentes o Babalorixá Pecê (Baba Pecê), a advogada Rosanna Tayuela e diversas autoridades do Oxumarê.
“Precisamos implementar políticas eficazes na luta contra a intolerância, além de ações que garantam nossos direitos. Com relação aos sacrifícios, por exemplo, boa parte da população brasileira come carne. Mas quando se trata do povo negro e nossa ancestralidade, querem interferir até em nossa forma de cultuar”, ressalta.
Casa de Oxumarê
Segundo os responsáveis, o Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó, conhecido como Casa de Òsùmàrè, é um dos mais antigos e tradicionais terreiros de candomblé da Bahia. Ao longo de sua história, contribuiu de modo significativo para preservar e difundir a cultura africana no Brasil. Guardiã e detentora de uma tradição milenar, a Casa perpetua o legado ancestral do culto aos Òrìsà, lançando as sementes do que hoje representa o candomblé para o país e o mundo. Ela faz parte do panteão das casas matrizes responsáveis pela construção da religiosidade afro-brasileira.
Em 15 de abril de 2002, a Fundação Cultural Palmares reconheceu a Casa de Òsùmàrè como território cultural afro-brasileiro, atestando sua permanente contribuição pela preservação da história dos povos africanos no Brasil. Dois anos depois, em 15 de dezembro de 2004, o terreiro foi registrado em livro de tombo do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) como patrimônio material e imaterial do Estado. Posteriormente, em 27 de novembro de 2013, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), como patrimônio nacional.