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Mapeamentos de terreiros é tema de encontro entre SEPPIR e IPHAN
Em reunião ocorrida nesta segunda-feira (7/11), em Brasília, com representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, a Secretária Luislinda Valois abordou temas referentes ao tombamento e mapeamentos dos terreiros em todo o país. Também estiveram na pauta as comemorações referentes ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.
Pelo IPHAN, participaram a Secretária do Gabinete da Presidência, Kátia Santos Bogéa; o Diretor do DEPAM – Departamento de Patrimônio Material e fiscalização, Andrey Sheler; o Diretor do DPI – Departamento de Patrimônio Imaterial, Hermano Queiroz; e a Coordenadora do Departamento de Patrimônio Imaterial, Diana Dianovsky.
“Pesquisas e monitoramentos precisam ser realizados em todos os terreiros, para sabermos o que deve ser feito. O diálogo entre governo e sociedade é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas”, afirmou a Secretária Luislinda.
Durante o encontro, foi reafirmado o compromisso dos órgãos em fortalecer as parcerias estabelecidas, de forma a preservar a memória negra no Brasil.
Cais do Valongo
Esteve entre as discussões a candidatura do Sítio Arqueológico Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, a Patrimônio Mundial. O documento com a proposta de inscrição foi elaborado no início deste ano, com autoria do IPHAN e colaboração de diversas instituições, inclusive a SEPPIR.
O Sítio Arqueológico é composto dos vestígios do antigo cais de pedra, construído a partir de 1811, para o desembarque de africanos escravizados, no porto do Rio de Janeiro. Também é possível encontrar o que restou de uma construção feita em 1843 para receber a princesa Tereza Cristina de Bourbon, esposa do Imperador Dom Pedro II.
Há, ao lado do Cais do Valongo, um espaço que guarda aspectos da memória da resistência e da luta abolicionista. Trata-se do prédio das Docas Pedro II.
O edifício era um armazém para grãos de café, único prédio de grande porte, na época, a ser construído sem a utilização de mão de obra cativa. Essa foi uma exigência de André Rebouças, responsável pela construção das Docas Pedro II e diretor da companhia de mesmo nome.
Rebouças, um abolicionista, integrante de algumas sociedades antiescravagistas, como a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, a Sociedade Abolicionista e a Sociedade Central de Imigração, conferiu a essa obra um lugar simbólico na luta pelo fim da escravidão.
“Há uma proposta para que no local funcione um museu afro, com peças e materiais de importância histórica para a nossa cultura”, acrescenta a Secretária Luislinda.
Com informações do IPHAN