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Jogos no Brasil ajudam a propagar mensagem de que somos todos iguais, diz secretária do Governo Federal
Foto: Paulo Araújo - Rio Media Center
A realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 é uma grande oportunidade para propagar a mensagem de que somos todos iguais, afirmou a Secretária de Promoção de Politicas de Igualdade Racial do Governo Federal (SEPPIR), Dra. Luislinda Valois. Ao apresentar a cartilha “Por Olimpíadas sem Racismo – Saiba identificar o crime de racismo e como denunciar” à imprensa, a secretária destacou a importância do maior evento esportivo no mundo para integrar o negro no contexto nacional.
Confira a entrevista da Secretária Luislinda Valois sobre o combate ao racismo e a cartilha lançada pelo Governo Federal:
Como os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Brasil podem ajudar nessa luta pela igualdade racial e no combate ao racismo no esporte?
Dra. LUISLINDA VALOIS – Os Jogos Olímpicos ajudarão muito. Talvez os organizadores e o poder público não tenham a dimensão da ajuda e da colaboração que eles darão no combate ao racismo, a integração do negro no contexto nacional. Porque é uma oportunidade em que toda uma juventude, quer seja preta, branca, azul, amarela, rica, pobre, um se aproxima do outro. E tem um momento marcante, geralmente quando atletas nacionais brilham, em que as pessoas se abraçam, e quando se abraçam trocam energia positiva. Esta energia é o que faz com que realmente o negro sinta que ele pode se integrar. A partir do final deste evento grandioso no Brasil eu não tenho dúvida que até aquela criança lá do longínquo subúrbio das capitais vai querer integrar um grupo desses, vai procurar e exigir receber os meios e oportunidades que ela viu, ainda que pela televisão. Eu entendo que é desta forma que os Jogos ajudarão, propagando a mensagem de que todos nós realmente somos iguais, como nos ensina a Constituição Brasileira.
Em que consiste o Programa Olimpíadas sem Racismo que está sendo lançado pelo Governo Federal?
LUISLINDA – Hoje, nós trabalhamos para exterminar o racismo do Brasil. Ele está em todas as partes, de diversas formas, e se modifica à medida que a sociedade muda, apresentando-se hoje de formas diversas das já conhecidas no passado. Por isso é importante mostrar que ele persiste. Estamos lançando uma cartilha, intitulada “Por Olimpíadas sem racismo”. Esta cartilha define o que é racismo e o que é injúria racial, mostra algumas dessas manifestações, instrui sobre o que diz a Constituição e orienta sobre locais e autoridades que devem ser procurados caso uma pessoa seja vítima de racismo.
Negros e mulheres ainda são minoria em diversos setores da sociedade. Nesta semana, a judoca Rafaela Silva – que é mulher, negra e vem de uma comunidade do Rio – conquistou a medalha de ouro após ter sido vítima de racismo na Olimpíada de Londres. Como é a participação no esporte, principalmente em modalidades que, no Brasil, ainda dependem muito do esforço pessoal do atleta?
LUISLINDA – Quando assisti à vitória da Rafaela, do início até a entrega da medalha, eu lembrei exatamente de um momento importante da minha história, que foi minha promoção a desembargadora. Nós duas usamos os nossos talentos para vencer a exclusão: no meu caso, usei a minha caneta, Rafaela usou o esporte. Aquele momento foi muito gratificante para mim. Acredito que, hoje, a Rafaela se tornou um ícone, um parâmetro para muitas mulheres pretas, pobres, da periferia, que já passaram por diversas situações de exclusão. Mais que isso, Rafaela já é um parâmetro não apenas para a juventude preta, pobre, da periferia, mas para toda a juventude brasileira.
Fonte: Rio Media Center