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MATRIZ AFRICANA
Fundação Cultural Palmares completa 28 anos e lança projeto de mapeamento de comunidades tradicionais de matriz africana no DF
A Fundação Cultural Palmares (FCP), instituição vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) dedicada à proteção, à preservação e à promoção da cultura negra no Brasil, completou 28 anos de criação nesta segunda-feira (22), e promoveu uma série de atividades de celebração durante toda esta semana, que foram de exposições fotográficas e apresentações artísticas a rodas de conversa.
Foto: Luiz Alves
Na tarde desta quinta (25), a programação do 28º aniversário da Fundação Cultural Palmares contou com a Roda de Conversa sobre Experiências de Mapeamento de Comunidades de Matriz Africana nos Estados. O encontro aconteceu no auditório da sede da instituição e contou com a presença de lideranças de matriz africana de vários estados do país.
A programação seguiu com a lavagem da Fundação num ritual para “purificar e abençoar o corpo, a alma e o ambiente, promovendo a paz através de símbolos e instrumentos religiosos como: adjás, atabaques, flores e ramos”, segundo explicou a iyalorixá Mãe Baiana, do Ilê Axé Oyá Bagan de Brasília-DF. Foram 20 baianas fazendo um ato simbólico de lavagem aos representantes e convidados, feito com rosas, palmas e água de lavanda aspergidas.
Logo após o ato, foi apresentado às autoridades o projeto “Mapeamento das Comunidades de Matriz Africana no DF – 1ª etapa – Cartografia Básica”. A Secretária de Políticas para Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Renata Melo, esteve no evento e afirmou que o mapeamento tem fundamental importância para construção das políticas públicas para comunidades tradicionais de matriz africana e de terreiros no Brasil.
“Sabemos o que significa um projeto como este para pensar em políticas públicas para uma população que foi historicamente alijada, invisibilizada e que sofre com a exclusão. É uma grande satisfação para a SEPPIR estar aqui, e nós estamos à disposição para discutir políticas públicas para um grupo social que tem que estar em destaque, e não está”, afirmou Renata Melo.
Também participaram da atividade a deputada federal Erika Kokay; o subsecretário de igualdade racial do Governo do Distrito Federal, Vitor Nunes; o coordenador do Projeto Geo Afro da Universidade de Brasília, professor Rafael Sanzio e a coordenadora de Questões Negras da Diretoria da Diversidade da UnB, professora Joelma Rodrigues.
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira, ressaltou a importância do mapeamento, mas também afirmou que a Fundação pretende aumentar a quantidade de equipamentos culturais estimulando que os grandes terreiros se tornem Pontos de Cultura. “Isso estimularia as pessoas a visitarem os terreiros, a conhecê-los melhor. Há vários terreiros em áreas populosas, de alto risco social, que podem contribuir para dar conhecimento e ocupação a crianças e jovens”, afirmou.
Sobre o Mapeamento das Comunidades de Matriz Africana no DF – 1ª etapa – Cartografia Básica
Segundo o Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da FCP, o projeto busca construir uma cartografia básica mostrando a localização dos sítios religiosos de matriz africana existentes na região, construindo um banco de dados com referências espaciais (coordenadas geográficas e UTM*), registro fotográfico da fachada do terreiro e outras informações possíveis de colher.
Pretende-se contemplar aproximadamente 450 (quatrocentos e cinquenta) sítios, no espaço do DF, podendo ser incluso novos sítios religiosos de matriz africana que venham a ser solicitados. Espera-se construir, através da pesquisa, um mapa temático analógico (impresso) e digital (virtual) que poderá ser reproduzido e exibido em diferentes suporte e plataformas e de um relatório técnico com as fichas individualizadas de cada terreiro cadastrado com informações básicas.
Com informações da Fundação Cultural Palmares