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A presença de símbolos da tradição de matriz africana nos Jogos Olímpicos Rio 2016
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dência na abertura dos Jogos Olímpicos, e o toque dos atabaques dando o ritmo do Hino Nacional Brasileiro no seu encerramento, nos faz perceber que os esforços não são em vão, e que demos mais um passo na nossa árdua e insistente luta contra o racismo e a discriminação contra a população negra e os povos de terreiro no Brasil.
Num país em que o racismo e a intolerância religiosa contra religiões de matriz africana são ainda muito presentes, dar destaque positivo a símbolas que são próprios da tradição africana, num evento mundial e tão expressivo, não é uma simples simbologia. É uma grande conquista, que reflete os anos de diálogo e enfrentamento.
A SEPPIR celebra o resultado do caminho trilhado. Durante o mês de julho, fizemos várias reuniões e articulações denunciando a exclusão das religiões de matriz africana do espaço ecumênico na Vila Olímpica, e reivindicando mais lugares de destaque aos elementos da tradição de matriz africana que fazem parte da vivência brasileira.
O Ministério da Justiça e Cidadania, ao qual a SEPPIR é vinculada, encaminhou requerimento ao Comitê Olímpico solicitando a inclusão das religiões de matriz africana no Centro Ecumênico, e o Ministro Alexandre de Moraes mostrou-se fortemente favorável ao pleito do povo preto.
Em reunião com o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, realizada no dia 13 de julho, a desembargadora Luislinda Valois solicitou não apenas o apoio do órgão para que as religiões de matriz africana fossem incluídas no Espaço Ecumênico durante os Jogos Olímpicos, mas também a inclusão de símbolos da tradição africana nos momentos marcantes do evento. E esses símbolos estiveram presentes, em posição de respeito e destaque.
Há muito ainda o que avançar, mas seguimos, não só conquistando espaços, mas também celebrando conquistas.