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SPM estuda a viabilidade da ampliação do atendimento das Casas da Mulher Brasileira para mães de vítimas de violência
Ministra participa de audiência da CPI da Violência Contra Jovens Negros e Pobres na Câmara dos Deputados. Foto: Léo Rizzo/SPM
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência (SPM/PR), Eleonora Menicucci, afirmou que estuda a viabilidade da ampliação do atendimento psicossocial das Casas da Mulher Brasileira para as mães de jovens vítimas de violência. Atualmente as Casas atendem às mulheres em situação de violência.
Os homicídios são a principal causa de morte de jovens no Brasil, sendo que mais metade das vítimas tem entre 15 e 29 anos. Dos cerca de 30 mil jovens assassinados a cada ano, 76% são negros e 93% do sexo masculino. As mulheres jovens representam 7% das vítimas.
“O crime de ódio contra jovens negros e pobres é um crime de racismo, um crime que desagrega toda a família. As mães desses jovens precisam ser atendidas, acolhidas”, afirmou a ministra. “É inadmissível todo e qualquer tipo de violência”, frisou. A ministra pediu aos parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Contra Jovens Negros e Pobres que o relatório final preveja mecanismos de proteção e acolhimento psicológico às familiares de jovens assassinados no Brasil.
"São vidas que foram arrancadas de um futuro, tirar a vida de um jovem é arrancar o coração de uma mãe. As consequências dessa violência são irreparáveis”, enfatizou Eleonora Menicucci.
A ministra ressaltou, ainda, que a morte dos jovens vítimas de violência deixa uma sequela que fica nas mães e nas famílias para o resto da vida. “A crueldade da morte que impacta na mãe, tem que ser olhada por esta comissão. É fundamental que parta desta comissão uma proposta de lei que preveja o atendimento a essas mães".
A ministra também afirmou que a SPM está trabalhando para expandir o atendimento das agências-barco (através de parceria com a Caixa), assim como das unidades móveis para as mães ribeirinhas, do campo e da floresta.
Eleonora Menicucci elogiou as duas casas legislavas por terem a “sensibilidade de tipificar o feminicídio”. Ela informou que a SPM está trabalhando em conjunto com os Ministérios da Justiça e da Saúde para a implantação de uma política de atendimento diferenciado às mulheres jovens e adultas em situação de privação de liberdade ou egressas do sistema penitenciário.
Autor do requerimento que solicitou o debate, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), falou sobre o Plano Juventude Viva, do governo federal, que traz ações para reduzir a vulnerabilidade dos negros a situações de violência a partir da inclusão social de jovens entre 15 e 29 anos. Ele lembrou que diferentes estudos demonstram que a redução do número de homicídios e crimes violentos nas diferentes regiões do País depende de “uma ação conjunta das áreas sociais e de segurança pública”.
Da SPM, também estavam presentes as coordenadoras de Diversidade, Janaina de Oliveira, e de Fortalecimento da Rede de Atendimento, Fernanda Papa.