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Evento foi promovido por rede global de executivas latino-americanas
Ministra abre o Seminário "Convidando os Homens para o Debate: o Feminino Gera Resultados"
Eleonora Menicucci destacou que é preciso avançar pela equidade no trabalho. Foto: SPM/PR.
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR), Eleonora Menicucci, participou da abertura do Seminário "Convidando os Homens para o Debate: o Feminino Gera Resultados", na noite desta terça-feira (07/04), em Brasília.
“A sociedade continua machista, preconceituosa, com as mulheres não tendo a representação real no legislativo, nem ascensão igualitária nas carreiras, além de receberem salários mais baixos. Hoje estarmos aqui chamando os homens para caminharem conosco na luta pela igualdade, contra a discriminação, é um dos nossos maiores avanços, um processo de mudança cultural”, ressaltou a ministra.
Na avaliação da ministra, para quebrar com a divisão sexual do trabalho é necessário atuar em várias dimensões: no mundo do trabalho, da cultura, do combate à desigualdade racial, na melhoria das condições de vida. “Em primeiro lugar, é preciso romper com a divisão sexual do trabalho dentro de casa”, enfatizou.
Eleonora Menicucci ressaltou, também, que a SPM vem desenvolvendo diversas políticas públicas para promover a equidade de gênero e enfrentar a violência contra as mulheres. “Estamos implementando as políticas públicas no local onde as pessoas moram e trabalham, nos municípios. É a partir dali que estas questões começam a mudar”, refletiu.
Na promoção da autonomia econômica, a SPM concede o selo Pró-Equidade de Gênero e Raça, que incentiva as boas práticas nas empresas. O Programa Mulher Viver sem Violência é outro exemplo dessas políticas públicas. Entre suas ações está a Casa da Mulher Brasileira, que teve sua primeira unidade inaugurada em Campo Grande e terá a segunda em Brasília. Estão previstas unidades em todos os estados, além do Distrito Federal. Com a Casa, a mulher tem acesso a todos os serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres num mesmo espaço. A SPM também disponibiliza ônibus, que levam informações às mulheres que vivem no campo e na floresta, e de barcos, em parceria com a Caixa, que atendem as mulheres ribeirinhas. “Não queremos assistir a banalização da violência. Não podemos nos conformar com a violência e a discriminação. Convido os homens para que, em algum lugar na sua vida, lutem pelo término da discriminação, pelas famílias mais felizes, pela sociedade mais feliz”, concluiu a ministra.
Rede global
O evento foi promovido pela WILL Latin America (Women in Leadership in Latin America), organização não governamental brasileira, com sedes em São Paulo e Nova Iorque e Conselho Consultivo em Londres. Trata-se de uma rede global de executivas latino-americanas, de diversos setores, que busca estimular o acesso de mulheres a cargos de alto escalão, por meio de seminários, pesquisas, projetos tutoriais e diálogos com universidades.
A organização também promove ações para implementar programas relacionados com as mulheres e os negócios, promovendo o intercâmbio das melhores práticas entre as organizações nacionais e internacionais. Segundo a presidente do WILL, Silvia Fazio, é por meio do diálogo e com o apoio dos homens que serão criadas condições para que a mulher possa alcançar posições de liderança no mercado brasileiro.
Também participaram da abertura do seminário, Neila Leal, gerente executiva jurídica do Banco do Brasil, e Elis Costa, vice-presidente financeira da Unilever North America. Entre os painelistas encontravam-se Thais Heredia, jornalista e colunista de economia do G1 Portal da TC Globo; Aldo Mendes, diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil; Raquel Novais, sócia da Machado Meyer Sendacz & Opice Advogados; Regina Nunes, presidente Standard & Poor´s; e Ana Garcia, gerente executiva da Gestão de Pessoas do Banco do Brasil.
Segundo Silvia Fazio, a proposta da WILL é se transformar numa voz na América Latina. “Só temos 8% de mulheres em postos de liderança no Brasil. Estamos trazendo os homens para este debate no mundo corporativo”, destacou. A presidente da Organização também apresentou dados sobre a crise mundial de 2008, quando as empresas que tinham mulheres na liderança se arriscaram menos e foram menos atingidas. O evento foi encerrado pela Representante BID Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Daniela Carreira-Marquis.