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Parceria com CNPq/ MCTI, distinção foi entregue nesta terça, 16/12, a Clara Charf, Herilda de Sousa, Lenira de Carvalho, Mireya Suárez, Moema Viezzer e Neuma Aguiar
Feministas históricas recebem na SPM o Prêmio Rose Marie Muraro
As homenageadas, com a ministra e dirigentes da SPM: prêmio evoca a feminista e intelectual Rose Muraro. Foto: Nei Bomfim/ SPM
Clara Charf, Herilda Balduino de Sousa, Lenira Maria de Carvalho, Mireya Suárez, Moema Viezzer e Neuma Aguiar receberam placa comemorativa e a importância de R$ 50 mil. A premiação foi realizada em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, representado no evento pela coordenadora do Programa de Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Maria Ângela Cunico.
“Nunca pensei que um dia iria ganhar uma medalha”, disse uma emocionada Clara Charf, a primeira a receber o prêmio. Militante política desde 1945, Charf enfrentou dois períodos autoritários, foi casada com Carlos Marighela e viveu quase dez anos no exílio. Fundou a Associação Mulheres pela Paz em 2003, participa da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e é conselheira Emérita do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), órgão colegiado da SPM.
AvançosTanto Clara Charf, quanto as demais agraciadas destacaram os avanços promovidos nas últimas décadas. Todas participaram das mudanças ocorridas na sociedade brasileira, por meio de contribuições em ações científicas, tecnológicas, culturais, educacionais ou artísticas. “Temos uma mulher na presidência e outra, ministra”, observou Clara, em referência à presidenta Dilma Rousseff e à ministra da SPM. “As pessoas não sabem o quanto se lutou”, acrescentou.
“Fiz um bom caminho. Trabalhei, lutei”, resumiu Herilda Balduíno de Sousa, que desde a adolescência se incomodava com as diferenças de tratamento entre mulheres e homens. Como advogada, defendeu as mulheres, especialmente as mais necessitadas, e trabalhou pelos perseguidos e presos políticos durante a ditadura militar. Herilda Balduíno homenageou Rose Muraro: “A atuação dela delineia a mudança na vida das mulheres.”
Envolvida na causa das trabalhadoras domésticas, Lenira Maria de Carvalho ressaltou que o trabalho doméstico ainda não é reconhecido, embora tenha havido avançosnessa área. Lenira participou do processo constituinte, na década de 80, quando defendeu junto ao parlamento brasileiro os direitos das domésticas.
Integrante do corpo docente da UNB, Mireya Soárez liderou a criação da organização feminista Brasília Mulher, ainda na década de 70. No final de 80, constituiu o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher dentro da UnB. “Compartilho o prêmio com mulheres que mobilizaram nas últimas décadas do século 20”. Ela fez uma comparação entre a década de 70, considerada “sinistra” e a de 90, avaliada como “preciosa” para o feminismo.
A cearense Neuma Aguiar foi uma das responsáveis pela inclusão das mulheres nas pesquisas e estudos. As mulheres não eram sequer consideradas nas amostras a serem pesquisadas. Comovida, Neuma contou a história de quando conheceu Rose Muraro ao levar um livro à Editora Vozes, da qual Rose era editora, que apresentava estratificação por segmento de mulheres.
Tônia Muraro, filha de Rose Marie, sintetizou que todas são “bravas mulheres de várias regiões do país”. A ministra Eleonora Menicucci, que entregou os prêmios às seis feministas históricas, concluiu dizendo que “a diversidade de participação das mulheres está neste prêmio.” Antes, a secretária executiva da SPM, Lourdes Maria Bandeira, havia explicado o propósito da honraria:“Reconhecer a contribuição das mulheres idosas para a construção de um Brasil com equidade de gênero”.
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