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“Mulheres quilombolas e de matriz africana e terreiros representam a terra e a tradição brasileira”, afirma Eleonora Menicucci
Divulgação 4ª CNPM
“Vocês representam a terra e a tradição. Nesse processo da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres é importante tê-las aqui. Tenham a certeza de que vocês terão voz e participação. Tudo que foi discutido durante os dois dias de consulta será levado por vocês à etapa nacional, que será realizada em março de 2016”, ressaltou Eleonora Menicucci, que defendeu ainda a punição contra qualquer crime de ódio contra as mulheres, seja por questões de gênero ou raciais.
Segundo Yá Dolores, coordenadora do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma), o grau de racismo e sofrimento que é reproduzido no cotidiano das mulheres quilombolas e de matriz africana é elevado. “Não queremos dar um passo atrás. A gente tem uma compreensão de que nenhuma de nós está sozinha, por isso a participação dessas mulheres é importante na construção das políticas públicas. Queremos ter voz nessa discussão”, ressaltou.
Para Kátia Penha, coordenadora da Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas (Conaq), as mulheres quilombolas debatem desde domingo as dificuldades e a oportunidade de participarem da consulta nacional. “Nós queremos mais. Queremos ser representadas na Conferência Nacional. Queremos falar e sermos ouvidas. E vamos lutar para que cada reflexão seja levada para todas as comunidades quilombolas e de matriz africana e terreiros”, afirmou kátia Penha.
Durante dois dias de discussões em Brasília, as participantes debateram os quatros eixos da 4ª CNPM, levantaram propostas que contribuirão para o aperfeiçoamento de políticas públicas para as mulheres, incluindo toda a diversidade brasileira, e elegeram 5 delegadas que representarão os segmentos na Conferência Nacional do ano que vem.
Fórum Permanente – O chefe de gabinete da SPM, Bruno Monteiro, anunciou a criação do Fórum Permanente de Políticas Públicas para as Mulheres Quilombolas e de Matriz Africana e Terreiros, que terá o objetivo de discutir as questões específicas das mulheres desses grupos. “O Fórum é fruto do diálogo concreto e efetivo realizado nos últimos dois dias entre as mulheres e o governo federal. A partir de agora, elas apresentarão propostas de composição e funcionamento do novo canal de diálogo”, explicou Bruno Monteiro. Segundo ele, a construção do Fórum deve ser feita de forma coletiva e representativa.
Marcha das Mulheres Negras – Para Eleonora Menicucci a Marcha das Mulheres Negras é um marco para o Brasil. “Essa Marcha coloca à luz do dia toda a invisibilidade das mulheres negras que viveram e vivem secularmente em nosso país. Foi o momento de mostrar que basta de violência contra as mulheres e, principalmente, contra as negras. Basta de racismo. Basta de discriminação”, afirmou Menicucci.
O Marcha das Mulheres Negras, realizada nesta quarta-feira (18/11), em Brasília, homenageou as ancestrais negras e também teve como objetivo a defesa da cidadania plena das mulheres negras brasileiras.
Semana Nacional da Consciência Negra - Na semana em que se celebra o Dia Nacional da Consciência Negra 2015, o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos lançou a campanha “Novembro pela Igualdade Racial”, com o objetivo de reafirmar a necessidade do diálogo acerca do racismo.
Em evento realizado segunda-feira (16/11), no Museu Nacional da República, em Brasília, a ministra Nilma Lino Gomes afirmou que o governo federal tem lutado pelo direito das mulheres negras. “Sei o sentido e o significado para todas estarem em Brasília. Sabemos da luta e do esforço que cada uma fez para congregar a sociedade civil no combate e superação do racismo e da violência de gênero que assola a vida das mulheres negras no Brasil”, disse.
A Secretária Especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, agradeceu a presença de todas e ressaltou o compromisso para fazer avançar os direitos da mulher negra. “É com muita alegria, humildade e compromisso que eu as abraço e as cumprimento. Todas as questões colocadas por vocês nos últimos dias, durante a Consulta Nacional, serão levadas com todo o respeito, que toda e qualquer mulher em nosso país merece, para a 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (4ª CNPM)”, finalizou.
Comunicação Social
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres – SPM