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02/04 - Ministra Eleonora Menicucci debate os 50 anos do golpe de 64 em BH
Titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República proferiu palestra sobre o direito à verdade, à memória e à história, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
“Cinquenta anos depois, nós saímos do passado, mas o passado não saiu de nós. Nosso direito e nosso dever é contá-lo e desvendá-lo”, destacou a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (31/03). A ministra abriu o ciclo de debates “Resistir sempre – Ditadura nunca mais: 50 anos do Golpe de 64”, no qual proferiu palestra magna sobre o tema “Direito à verdade, à história e à memória”.
Promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o ciclo de debates contou com a participação de deputadas e deputados estaduais e federais, organizações da sociedade civil, ativistas e integrantes da Comissão estadual da Verdade. No início da manhã, foi realizado, no Pátio das Bandeiras da casa legislativa, o “Ato pela Democracia”, no qual foram nomeadas 66 mulheres e homens mortos e desaparecidos políticos, que resistiram ao regime ditatorial em Minas Gerais.
O deputado Dinis Pinheiro (PP), presidente da Assembleia Legislativa de Minas, afirmou que a abertura do ciclo de debates marca a reflexão sobre a história recente do País e a passagem dos 50 anos do golpe de 64, que culminou nos 21 anos em que o Estado brasileiro ficou sob tutela militar.
Verdade e História
– Em seu pronunciamento, Eleonora ressaltou a importância de resgatar a verdade dos anos de ditadura, a fim de reconstruir e reescrever a história do Brasil, para que se torne conhecida para as novas e futuras gerações.
A ministra Eleonora citou o discurso da presidenta Dilma Rousseff — por ocasião da instalação da
Comissão Nacional da Verdade (CNV)
, em maio de 2012 —, ao falar sobre o direito à verdade. “A palavra verdade, na tradição grega ocidental, é exatamente o contrário da palavra esquecimento. É algo tão surpreendentemente forte, que não abriga nem o ressentimento, nem o ódio, nem tampouco o perdão. É memória e é história”, salientou.
Comissões
– A titular da SPM assinalou o trabalho que vem sendo feito pela CNV e demais comissões locais, no sentido de apurar crimes e violações aos direitos humanos cometidos nos anos de repressão militar. “A Comissão Nacional da Verdade capilarizou comissões estaduais, municipais, nas universidades, que têm contribuído exemplarmente para colocar à luz do dia e a público todas as barbaridades que vivemos”, afirmou.
O coordenador da Comissão da Verdade de Minas Gerais, Antônio Romaneli, reiterou a necessidade de se passar a limpo a história recente do País, que, segundo ele, foi “distorcida pela história oficial”. “Pretendemos mostrar à sociedade brasileira e, principalmente aos nossos jovens, que houve violência, truculência e assassinatos naquele período”, disse.
Homenagem
– Em seu discurso, a ministra também rendeu homenagem à ex-presa política Inês Etienne Romeu, “pela coragem, firmeza e bravura em denunciar a chamada casa da morte, em Petrópolis, de onde têm saído as mais abomináveis verdades”.
A ministra da SPM relembrou que Inês tem contribuído sobremaneira na apuração dos crimes e busca da verdade. “A despeito de seu estado de saúde, Inês não deixa de responder aos pedidos e apelos para reafirmar os seus depoimentos”, disse.
Exposição
– Em referência aos 50 anos do golpe, foi inaugurada, na Galeria de Arte da ALMG, a exposição “
A subversão do esquecimento”
. A mostra resgata, por meio de fotos, charges, músicas e recortes de jornais, os principais acontecimentos sociais, políticos e culturais do período que antecede o golpe, dos anos de repressão e do processo de abertura do regime.
Secretaria de Políticas para as
Mulheres
– SPM
Presidência da República – PR
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