Macaé Evaristo debate desafios do enfrentamento às desigualdades em GT de Mulheres do G20

Ao dar as boas-vindas às delegações estrangeiras que estão no Brasil para as atividades do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, apontou os desafios a serem superados para garantir igualdade de gênero e a proteção contra violações de direitos das mulheres. A ministra também defendeu a importância de assegurar o acesso feminino a espaços de poder na política.

“Os nossos desafios são inúmeros para enfrentar as desigualdades de gênero e acelerar o empoderamento de mulheres em diferentes dimensões. Para alcançarmos a igualdade, combatermos a misoginia e lutarmos por justiça climática, sabemos que é essencial avançar na representação das mulheres na política institucional”, defendeu a ministra.

Macaé apresentou ainda um panorama da situação política das mulheres no pleito municipal realizado em todo o país, no último dia 6 de outubro. “As eleições municipais deste ano demonstraram que ainda temos muito o que caminhar para superar a presença desproporcional de mulheres na política em relação aos homens”, apontou a titular da pasta de Direitos Humanos.

Macaé apresentou ainda um panorama da situação política das mulheres no último pleito municipal

“A boa notícia é que observamos um aumento em relação às eleições municipais de 2020, quando esse percentual foi de 16%. No entanto, foi um aumento ainda muito tímido. Apenas 17,91% dos eleitos nas disputas municipais de 2024 são mulheres. Em números absolutos, 12.417 mulheres foram eleitas como prefeitas ou vereadoras em 2024, frente a 10.920 mulheres em 2020”, informou Macaé.

Mulheres do G20

Representantes de 23 delegações que integram o G20 – grupo de países com as 19 maiores economias do mundo – estão reunidos em Brasília (DF), para a última etapa das atividades do Grupo de Trabalho Empoderamento de Mulheres do G20, sob a presidência brasileira do G20. A reunião ministerial desta sexta-feira (11) encerra a programação que começou na terça-feira (8), sob coordenação do Ministério das Mulheres.

O Grupo de Trabalho pautou a igualdade através da autonomia financeira de mulheres e política de cuidados; o enfrentamento a todos os tipos de violência contra mulheres, principalmente, à misoginia facilitada pela tecnologia, e a ação climática com perspectiva de gênero. “Precisamos firmar compromissos que coloquem as mulheres no coração das estratégias de crescimento econômico e de desenvolvimento de nossos países, que abram as portas da tecnologia para as meninas e as jovens, que garantam a presença feminina nos mais altos escalões de poder”, propôs a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, anfitriã do evento.

Encontro do GT de Empoderamento de Mulheres do G20 ocorre depois de quatro reuniões técnicas

Para ela, o combate à desigualdade de gênero não pode ficar apenas no discurso. “Não basta falar de oportunidades se não enfrentarmos as barreiras que impedem as mulheres de alcançá-las. A violência de gênero, a discriminação no mercado de trabalho, a divisão profundamente desigual dos trabalhos domésticos e de cuidados são obstáculos reais que precisamos derrubar. Nossas discussões devem resultar em ações efetivas para combater esses males que atingem mulheres em todos os nossos países”, alertou Cida Gonçalves.

Na reunião, a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, clamou por mais oportunidades de diálogo para o avanço das pautas das mulheres. “A transversalidade construída por esse grupo com todos os outros grupos de trabalho foi fundamental. Foi uma orientação do presidente Lula e a gente conseguiu, de forma democrática e aberta, conversar e trazer as mulheres para a centralidade, principalmente, na trilha de finanças, que é fundamental termos mulheres e a questão de gênero nos orçamentos dos nossos países”, destacou.

O encontro do GT de Empoderamento de Mulheres do G20 ocorre depois de quatro reuniões técnicas - em janeiro, maio, julho e outubro de 2024, onde foram debatidos temas prioritários como: igualdade - autonomia e política de cuidados; enfrentamento à misoginia e às diversas formas de violência contra mulheres e meninas; e justiça climática com enfoque de gênero.

Texto: T.P.

Edição: B.N.

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