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MEMÓRIA E VERDADE
Redação do ENEM aborda herança africana e memória, tema que é objeto de ações dos Direitos Humanos
(Arte: Marcilio Costa)
A escolha do tema da redação do ENEM 2024, “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, convidou os candidatos do certame a refletir sobre a rica tapeçaria cultural que compõe a identidade brasileira. “Este tema não é apenas uma questão acadêmica, é um chamado à ação para todos nós, cidadãos, que desejamos um futuro mais inclusivo e consciente de nossa história”, avalia a Fernanda Thomaz, que lidera a Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas (CGMET) – criada em 2023, dentro da estrutura do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
Apesar dos avanços, os desafios para a valorização da herança africana permanecem, segundo a coordenadora, que chama atenção ainda para a invisibilização das contribuições afro-brasileiras e a perpetuação de estigmas raciais no país. É para elaborar políticas públicas que subvertam essa perspectiva que a CGMET atua, contribuindo para o resgate da memória e da verdade sobre a escravidão e na valorização da herança cultural afrobrasileira.
“A herança africana no Brasil é extensa e complexa, abrangendo desde a música e a dança até a culinária e as tradições espirituais. Os povos africanos trouxeram consigo uma riqueza cultural que moldou a sociedade brasileira de maneiras profundas e duradouras. No entanto, essa contribuição muitas vezes é ofuscada por narrativas que minimizam ou ignoram a importância da cultura negra”, observa a coordenadora da CGMET.
Para Fernanda Thomaz, o tema ser incluído no ENEM acaba amplificando o debate por atingir uma parcela da população sobretudo jovens. “O tema escolhido para um evento tão abrangente como o ENEM mostra como o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, sobretudo com a criação da CGMET, está caminhando no sentido de enfrentar esse desafio”, completa.
Conheça as atribuições da CGMET
A Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas (CGMET) faz parte da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade (ADMV), e tem como objetivos:
• Reconhecer as Dívidas Históricas: É vital que o Estado e a sociedade civil assumam a responsabilidade pelas injustiças cometidas contra a população negra e indígena.
• Promover a Verdade Histórica: Apoiar a produção de narrativas que questionem a versão oficial da história e valorizem as vozes das populações afetadas.
• Combater o Racismo: Implementar ações que visem a promoção dos direitos humanos e a erradicação do racismo em todas as suas formas.
• Preservar Espaços de Memória: Participar ativamente da patrimonialização de locais que representam a história da escravidão e do tráfico de pessoas.
• Educação e Cultura: Criar materiais educativos que promovam a valorização da cultura afro-brasileira e combatam preconceitos.
Texto: R.M.
Edição: B.N.
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