Ministério dos Direitos Humanos assina lei que incluiu Darcy Ribeiro no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

Darcy Ribeiro se junta a nomes como Chico Mendes, Ulysses Guimarães, Zumbi dos Palmares, Nise da Silveira, Zilda Arns, Santos Dumont e Machado de Assis, nas páginas de aço do Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O educador, antropólogo, político e pesquisador teve reconhecida atuação na defesa dos direitos dos povos indígenas e contribuiu para a defesa da educação e da cultura do país.

A honraria foi concedida a Darcy Ribeiro pelo Congresso Nacional, confirmada e sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (12), por meio da Lei nº 15.020/2024, também assinada pela ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, e pelos ministros Camilo Santana, da Educação, e Ricardo Lewandowski, da Justiça e da Segurança Pública.

Livro de Aço é patrimônio cultural material do país (Foto: Geraldo Magela - Agência Senado)

O título é dado a protagonistas da liberdade e da democracia do Brasil, os quais tiveram papel fundamental na defesa ou na construção do país. A indicação de Darcy para compor o chamado Livro de Aço foi proposta pelo senador Paulo Paim. Até março do ano passado, conforme registros do Senado Federal, a honraria havia sido concedida a 64 personalidades, entre eles, escritores, revolucionários, inventores, intelectuais e lideranças políticas e de movimentos históricos.

Biografia

Nascido na cidade de Montes Claros (MG), Darcy Ribeiro ajudou a fundar o Museu do Índio e contribuiu para a criação do Parque Indígena do Xingu. Fez importantes estudos para a Unesco e para Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em sua carreira política no Senado Federal, relatou a proposta que resultou na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a chamada Lei Darcy Ribeiro. Na vida acadêmica, foi responsável pela criação da Universidade de Brasília (UnB).

Durante a ditadura militar implantada a partir de 1964, Darcy Ribeiro se exilou, período em que viveu em vários países da América Latina. Foi nesse momento que o antropólogo se dedicou a literatura, escrevendo e publicando romances que o fariam ocupar uma das cadeiras de imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL). Uma de suas maiores contribuições foi o consagrado livro O Povo Brasileiro, de 1995, que é um estudo profundo sobre as raízes da diversidade e das desigualdades formadoras dos brasileiros.

Livro de Aço

Criado em 1992, o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é formado por páginas de aço com nomes e pequenas biografias dos homenageados. Reconhecida como patrimônio cultural material do país, a obra – que pode ser tocada pelos visitantes – fica em exposição permanente aberta ao público, no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Texto: B.N.

Edição: R.S.

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