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Em inédita conferência na Colômbia, autoridades conclamam países a interromperem epidemia de violência contra crianças no mundo
Autoridades globais marcam presença na 1ª Conferência Ministerial Global para o Fim da Violência contra a Criança, em Bogotá (Foto: Marcia Maria Cruz)
Uma aliança internacional que encerre violações de crianças em nível global. Com essa missão, diversos países se uniram na abertura da 1ª Conferência Ministerial Global pelo Fim da Violência contra Crianças, realizada em Bogotá, capital da Colômbia, que termina nesta sexta-feira (8). Na atividade, o governo brasileiro foi representado pela ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo.
Convocada pelo Governo da Colômbia com o apoio do Governo da Suécia, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Violência contra Crianças e da Organização Mundial da Saúde, a inédita conferência pretende impulsionar mudanças políticas em torno de uma visão compartilhada para pôr fim a violações de direitos que atingem crianças ao redor do mundo.
Presente na mesa de abertura, a ministra de Serviços Sociais da Suécia, Camila Grönvall, destacou as três iniciativas que ajudaram o país a avançar no combate à violência contra crianças: a proibição de castigos corporais, o que culminou em uma mudança no comportamento de pais e protetores; a criação de um centro de defesa das crianças, um espaço onde menores vítimas de violência recebem apoio e ajuda de diferentes profissionais em um único lugar; e, por fim, alterações no código penal que fortaleceram a proteção às vítimas de violência, em especial, às crianças.
“Medidas para a proteção das nossas crianças precisam da colaboração de todas as fronteiras, entre os governos, organizações internacionais e diferentes comunidades”, disse. “Precisamos agir agora para libertar as novas gerações da violência”, afirmou a representante do Governo da Suécia.
Em seguida, a representante do secretário-geral das Nações Unidas para Violência contra Crianças, Najat M’jid, classificou a agenda como “urgente”. “Hoje, a cada minuto, crianças estão morrendo, são vítimas de tráfico e de diferentes formas de violências em todos os territórios”, justificou. "A violência contra criança se tornou uma epidemia". Najat ainda pontuou que a violência contra crianças tem um custo humano e econômico muito elevado.
É possível mudar
Para o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, pelo menos metade das crianças ao redor do mundo são vítimas, todos os anos, de algum tipo de violência. Entre as consequências, estão danos à saúde física, mental e ao bem-estar. “Esses comportamentos perpetuam o ciclo de violência geração após geração”, afirmou. Ele defendeu, no entanto, que é possível mudar essa realidade.
Segundo Adhanom, a OMS adotou um pacote de estratégias de combate à violência infantil que inclui participação de escolas, familiares e, ainda, terapias cognitivas que buscam compreender a forma como os jovens interpretam o ambiente ao seu arredor. “Esta conferência pode mudar e salvar vidas de crianças e das comunidades onde elas vivem”, afirmou.
Por fim, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, convidou os ministros presentes a refletirem sobre as mudanças climáticas que afetam a vida de toda a população. “Esse tema é parte dessa discussão. São poucas as razões que nos unem: a paz não nos tem unido, a guerra tampouco. Mas as crianças nos unem”, afirmou o chefe de Estado em relação às crianças indígenas e amazônicas, refletindo sobre a união dos temas para a garantia do futuro de todos. O presidente também lembrou da importância de proteger as crianças em regiões de conflitos.
Aliança estratégica
A titular dos Direitos Humanos do governo brasileiro, Macaé Evaristo, avalia que os discursos das autoridades no dispositivo inicial trouxeram à tona questões fundamentais, incluindo os desafios globais e a persistência da violência em diferentes contextos.
“Hoje, ouvimos falas impactantes, incluindo relatos de pessoas que sobreviveram à violência. A Representante Especial da ONU sobre Violência contra Crianças, Najat Maalla M'jid, nos lembrou que essa violência é uma epidemia que persiste em todos os países, o que evidencia a necessidade urgente de uma aliança estratégica para seu combate. Esse esforço conjunto é crucial para pôr fim a essa tragédia que afeta milhões de crianças ao redor do mundo”, reconheceu a ministra Macaé.Entrega
Composta por ministros de Estado, entidades, organizações da sociedade civil e empresas, a Conferência terá como entrega Declaração de Bogotá, documento que vem sendo construído desde o início de 2024 em busca da erradicação da violência contra crianças. São objetivos práticos e mensuráveis que os países envolvidos poderão alcançar nos próximos anos e estarão disponíveis na publicação após o encerramento da conferência.
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Texto: D.V./R.D.
Edição: R.F.
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