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EDUCAÇÃO
Ministro Silvio Almeida conscientiza estudantes sobre importância dos direitos humanos para a sociedade
Primeira aula magna da história do curso de direito da instituição ocorreu no campus União da Vitória
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, discorreu aos graduandos do curso de direito da Universidade Estadual do Paraná, no campus União da Vitória, sobre os desafios da concretização das políticas sociais voltadas às populações mais vulneráveis. No evento, o chefe da pasta também foi homenageado pelos estudantes do Centro Acadêmico de Direito Gonzaga Gama
, que recebeu esse nome em referência ao primeiro advogado negro do Brasil: Luiz Gonzaga Pinto da Gama.A palestra magna abordou questões como o fortalecimento da democracia e a necessidade de se pensar a economia sob a perspectiva da promoção da dignidade e da cidadania humana. Silvio Almeida defendeu o urgente enfrentamento ao discurso de ódio e à desinformação. “Temos que estudar a arquitetura do discurso de ódio. O mundo ressentido, que não entrega esperança, em que as pessoas não se veem pertencendo vai se afundar no ódio e na desilusão”, declarou.
Em sua fala, o ministro também lembrou que segurança pública e direitos humanos devem caminhar juntos. Um exemplo citado por Silvio Almeida foi sobre a questão emergente da demarcação de terras indígenas no Brasil. Para ele, o tema remete ao resgate do controle do Estado de seu próprio território. O ministro observou que o avanço da criminalidade passa pelo controle territorial. Ele lembrou que essa foi inclusive uma das motivações por trás do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco. “O crime organizado toma conta dos territórios e acaba dando para as pessoas o que o Estado não dá”, pontuou.
Legado de Luiz Gama
A vice-presidente do Centro Acadêmico Luana entregou a homenagem ao ministro e explicou o motivo de escolher Luiz Gama para nomear o colegiado dos universitários de direito da instituição paranaense. “Ele é símbolo de memória e luta. Como o ministro disse, é algo que nós precisamos ter em todo o momento da nossa história”, observou. A aluna agradeceu ao ministro pela palestra e se disse honrada pela oportunidade, que considerou histórica para a universidade.
“Sua presença na primeira aula magna é uma honra incomparável. Seu compromisso com os direitos humanos e a democracia é um farol para nossa comunidade acadêmica e para todo o Brasil. Em respeito e gratidão pela oportunidade de tê-lo conosco, celebramos este momento histórico para a nossa instituição”, diz a homenagem entregue ao ministro pelos estudantes e professores.
Prêmio Luiz Gama de Direitos Humanos
Uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a premiação visa reconhecer trabalhos e ações que mereçam destaque especial nas áreas de promoção e defesa dos direitos humanos no país. O prêmio será concedido em 20 categorias e segue com inscrições abertas.
Saiba mais sobre a premiação, cujas inscrições ainda estão abertas
Quem foi Luiz Gama?
Nascido em 1830 no estado da Bahia, Luiz Gama era filho de um português com Luiza Mahin, reconhecida mulher negra que participou de diversas insurreições de escravizados. Apesar de ser livre, foi vendido pelo pai como escravizado para pagar uma dívida de jogo. Aos 18 anos fugiu e, em 1850, passou a ouvir as aulas do curso de direito da atual Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Passou, então, a atuar na defesa jurídica de negros escravizados. Foi jornalista, escritor, poeta e líder abolicionista brasileiro. Conhecido pela oratória brilhante, foi responsável por libertar mais de 500 escravizados nos tribunais do Brasil. Luiz Gama faleceu em 24 de agosto de 1882.
Texto: B.N.
Edição: P.V.C.
Revisão: A.O.