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Notícias
INTERNACIONAL
Comitiva dos Direitos Humanos em reunião bilateral com Bárbara Reynolds, presidente do grupo de trabalho especialista sobre afrodescendentes da ONU (Foto: Marcella Garcia - Ascom/MDHC)
Presente no terceiro dia do Fórum Permanente sobre Pessoas Afrodescendentes em Genebra, na Suíça, o governo brasileiro reiterou o compromisso do país com a promoção da memória e a reparação da dívida que o Brasil tem com a população negra após o período escravocrata.
Coordenadora-geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas, Fernanda Thomaz discursou nesta quinta-feira (18) no painel “Cultura e Reconhecimento”, quando destacou a importância de combater políticas de esquecimento.
Para haver algum tipo de reparação histórica para a população negra através de políticas públicas, de acordo com a gestora, é necessário que a sociedade brasileira entenda que a estrutura social herdada do colonialismo violentou pessoas afrodescendentes durante gerações. “Precisamos resgatar o que ficou pendente na Conferência de Durban e avançar urgentemente com políticas ligadas à defesa das democracias nos países afetados pelo sistema escravista”, enfatizou.
Fernanda também explicou que o Brasil está caminhando para a implementação de ações de memória. “Nossas ações partem do entendimento de que, para reparar, temos o desafio de sensibilizar e responsabilizar a sociedade sobre a real formação do Brasil como nação, atravessada pelo processo de exploração da escravidão e pela naturalização do racismo que sustenta ainda profundas desigualdades”, disse.
Bilaterais
Fernanda Thomaz e a chefe da delegação brasileira, secretária-executiva Rita Oliveira, marcaram presença em todos os dias do fórum em Genebra, mostrando que o Brasil reconhece a sua herança afrodescendente, as lutas, resistências e as dores dessa população.
Ainda nesta data, as representantes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania estiveram em reuniões bilaterais para dialogar sobre a pauta da memória, justiça histórica e reconhecimento de pessoas escravizadas. Mais cedo, Rita e Fernanda se encontraram com Bárbara Reynolds, presidente do grupo de trabalho especialista sobre afrodescendentes da Organização das Nações Unidas e com a Comunidade do Caribe.
Sobre Fórum
O evento começou na terça-feira (16) e vai até esta sexta-feira (19). O tema principal do fórum é o combate ao racismo sistêmico, justiça reparadora e desenvolvimento sustentável. O objetivo principal é discutir temas importantes para a população afrodescendente no mundo, incentivar e valorizar a participação de organizações da sociedade civil e pessoas defensoras de direitos humanos.
Leia também:
Brasil defende medidas reparatórias contra racismo sistêmico em fórum na Suíça
Texto: M.F.
Edição: R.D.
Revisão: A.O.
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