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ENTREVISTA
Convidado do PodPah, ministro Silvio Almeida fala sobre trajetória na vida pública e desafios dos direitos humanos
Além de ministro, Silvio Almeida é filósofo, professor, escritor e advogado (Foto: PodPah)
Bom humor, descontração e comprometimento marcaram a entrevista do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, ao programa PodPah nesta quinta-feira (11). Entre a diversidade de temas apresentados no podcast, o integrante do governo federal citou fatos inéditos, como o interesse por videogames, a criação de banda que misturou rap e rock na adolescência, a análise de super-heróis no contexto social e a importância da família na luta pela democracia.
Em um dos trechos do podcast, o ministro contou sobre a infância em uma família negra e de origem simples, formada por pessoas com consciência social, racial e política. Para o ministro, os vínculos familiares fizeram toda a diferença na escolha profissional – já que desde sempre quis ser advogado, após se inspirar em uma tia – e também no posicionamento político. “Tudo isso me levou a ser quem seu sou hoje, eu sou o resultado do que o Brasil produziu de melhor, do povão”, comentou.
O ministro observou que, apesar dessa construção dos brasileiros, historicamente, o Brasil é um país violador de direitos humanos. “As classes dominantes, as pessoas que mais têm dinheiro, abandonaram o país; a desordem atualmente é produzida por estas pessoas. Então, é o povo brasileiro que sustenta a nacionalidade do país, é o povo brasileiro que organiza minimamente esse país, é o povo brasileiro que consegue fazer girar. Não estou falando só do ponto de vista da economia e do trabalho, estou falando da cultura mesmo. O que a gente tem de mais bonito no país é construído pelo povão”, completou.Sobre a atuação no ministério e promoção das políticas públicas de direitos humanos, o gestor citou que é preciso lutar contra o fascismo que ameaça o Brasil. “Tudo bem ocorrer a divergência em campo civilizatório, mas isso tem que ter um ambiente político. Não existe polarização com fascismo, isso não é polarização; não tem por que admitir isso dentro da ordem institucional brasileira. O fascismo ele quer te matar, ele quer te destruir, ele acha que é bonito deixar as pessoas passarem fome. Então, isso não é polarização. Nós temos que combater o fascismo”, enfatizou.
Ainda no que se refere ao tema, Silvio Almeida contou que joga videogame e “tem duas coisas no videogame que você combate e não dá problema: zumbi e fascista”. “Do ponto de vista simbólico, fascista e nazista não têm contemporização”, completou.
Políticas públicas
Silvio Almeida chamou a atenção para as políticas públicas promovidas pelo MDHC. Entre os destaques, o “Plano Ruas Visíveis - Pelo direito ao futuro da população em situação de rua”, lançado pelo governo federal em dezembro do ano passado, com investimento inicial de cerca de R$ 1 bilhão. O plano pretende promover a efetivação da Política Nacional para a População em Situação de Rua. O ministro mencionou a importância da Lei Padre Júlio Lancellotti, regulamentada pelo atual governo federal, que veda a arquitetura hostil em espaços públicos.
Ao falar sobre as ações voltadas às pessoas em situação de rua, Silvio Almeida frisou ainda que “um sujeito de classe média assalariado está muito mais próximo de virar uma pessoa em situação de rua do que participar da alta elite paulista, por exemplo”. “Se esse cara perder o emprego e não conseguir pagar o plano de saúde, vai ficar muito difícil para ele”, expôs o ministro ao destacar a importância da chamada consciência de classe.
Saiba mais
Direitos das mulheres, futebol, segurança pública, aspirações pessoais e mundo dos super-heróis também podem ser conferidos na entrevista do ministro ao programa PodPah.
Assista a íntegra da conversa no canal do Youtube @PodPah
Texto: R.O.
Edição: B.N.
Revisão: A.O.
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