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ESCUTA ATIVA
Lideranças religiosas são ouvidas pelo MDHC, DPU e pesquisadores no Museu da República do RJ
(Foto: Mahila Lara/DPU)
Como desdobramento do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado no fim de março deste ano pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) em parceria com a Defensoria Pública da União (DPU) e o Museu da República do Rio de Janeiro (RJ), lideranças religiosas passaram por um momento de escuta ativa na cidade fluminense. Elas representam e integram o Grupo de Trabalho que detém a guarda compartilhada da coleção Nosso Sagrado. A agenda aconteceu na última sexta-feira (8).
A cooperação técnica entre os órgãos permite acesso a investigações contra terreiros de candomblé e umbanda ocorridas no Rio de Janeiro nos séculos XIX e XX. Por meio do acordo, será possível a pesquisa e ampliação da coleção “Nosso Sagrado”, formada por 519 objetos, em exibição desde 2020 no Museu da República, no RJ, e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O principal objetivo da parceria é promover a pesquisa de inquéritos policiais sobre apreensão de bens religiosos afro-brasileiros em terreiros de candomblé e umbanda no Rio de Janeiro, entre 1890 e 1946. Integrante do MDHC, a coordenadora-geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas, Fernanda Thomaz, explica que a primeira fase do processo, de digitalizar os materiais, foi cumprida pelo Museu da República do RJ.
“Agora estamos na fase de análise jurídica dos inquéritos. Parte do ACT é a análise e produção de dossiê que possa ser utilizado como modo de reparação histórica”, indica Thomaz. A ideia é que o documento seja produzido em conjunto com as lideranças religiosas, em diálogo permanente com o setor.
As lideranças defenderam, durante o processo de escuta, a projeção de um futuro com menos preconceito e discriminação. Eles manifestaram desejo de construir o dossiê em conjunto, não sendo apenas objeto de análise do processo em andamento. “Eles querem ser produtores, pesquisadores, atores ativos nessa condução”, afirmou Fernanda Thomaz.
“O racismo religioso é algo muito forte no Brasil. O que pretendemos com esse processo de desdobramento do ACT é conquistar um trabalho de memória, verdade e não repetição”, completou a gestora.
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Texto : R.D.
Edição : P.V.C.
Revisão : A.O.
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