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Bolsa Família completa 20 anos de combate à fome e à desigualdade social com milhões de beneficiados pelo país
A secretária-executiva Rita Oliveira acompanha a cerimônia em alusão aos 20 anos do Bolsa Família (Foto: Duda Rodrigues - Ascom/MDHC)
Um auditório lotado no bloco A da Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), nesta sexta-feira (20), marcou as celebrações dos 20 anos do Bolsa Família, o maior programa de transferência de renda da história do país. Apenas neste mês, 21,45 milhões de famílias de todos os 5.570 municípios brasileiros estão recebendo o benefício. Uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a cerimônia contou com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de videoconferência, e da secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Rita Oliveira.
Durante o discurso, o presidente Lula citou e agradeceu personalidades que foram essenciais na criação do programa e que atuaram e atuam nos debates sobre segurança alimentar. Na ocasião, Lula também se comprometeu a tirar, novamente, o Brasil do Mapa da Fome das Nações Unidas. “É importante que a sociedade brasileira tenha consciência do que já foi feito neste país em apenas 9 meses. Nós já recuperamos mais de 42 políticas de inclusão social, nós já conseguimos incluir quase todas as políticas que foram desmontadas pelo governo anterior”, enfatizou.
“E é importante que a sociedade brasileira saiba que isso não é favor de governo, isso é obrigação. A coisa mais barata que tem no Orçamento da União é cuidar do povo pobre, é cuidar das nossas crianças”, afirmou. “A gente não tem que falar em gasto quando se trata de combater a fome, de melhorar a educação, a saúde, quando se trata de investir no trabalho daqueles que cuidam desse país, que cuida do nosso povo e que cuida das nossas crianças”, completou o presidente.
Presente na solenidade, a secretária-executiva do MDHC, Rita Oliveira, deu destaque à importância da inclusão social e combate às desigualdades. “O Bolsa família é uma política pública de transformação de trajetórias de vida por representar o suporte assistencial para famílias em condição de extrema vulnerabilidade socioeconômica. Isso significa que o Bolsa Família viabiliza os direitos humanos mais essenciais de milhões de pessoas no Brasil há 20 anos e, com isso, vem permitindo a promoção mais ampla de diversos direitos sociais para uma existência digna dessas pessoas”, enfatizou.
Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, ressaltou que o Bolsa Família foi sendo aperfeiçoado durante os anos e se tornou um exemplo de política pública eficiente e transformadora, que promove inclusão social e dignidade a partir do compromisso com o combate à fome, a redução da desigualdade e a promoção do bem-estar social.
“O Bolsa Família tem essa força porque ele está integrado com praticamente todos os ministérios, com os estados, os municípios, com as entidades internacionais, sociais. Um programa que tem como base a transferência de renda seguido da complementação da alimentação. É muito mais do que transferência de renda, essa integração hoje é de 33 programas. Eu quero agradecer a cada pessoa que ajudou nessa construção ao longo do tempo”, afirmou o ministro.
Histórias de vida
“Um dia eu precisei do Bolsa Família e hoje não preciso mais”. Esse é o relato da psicóloga e ex-beneficiária do programa social, Raquel Lima Clemente, moradora do estado do Espírito Santo (ES). Formada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Raquel precisou trabalhar como doméstica aos 10, 12 anos, e teve dificuldades de acesso à escola. Ela contou que a vida mudou após ser beneficiada pelo Bolsa Família.
“Hoje tenho dois filhos engenheiros. O Bolsa Família ajudou muito, inclusive na formação dos meus filhos. Eles não precisavam trabalhar para me ajudar porque eu tinha o Bolsa Família. Eu plantei uma semente quando eu fiz isso porque hoje eu tenho dois filhos engenheiros, todos formados pela Universidade Federal do Espírito Santo”, celebrou.
Anteriormente com marido desempregado e quatro filhos, três deles pequenos, Raquel Clemente viu a vida mudar com o acesso ao maior programa de transferência de renda da história do país. “Eu fui contemplada com Bolsa Família, então eu não precisei pegar o tempo da tarde deles [filhos] e colocar para trabalhar. Eles podiam no tempo da tarde ser criança, porque criança precisa brincar na rua, subir em pé de árvore e outras coisas. Eles podiam fazer os trabalhos, estudar para as provas”, celebrou. Naquela época, Raquel priorizou a compra de material escolar com o benefício.
Bolsa Família
Criado em 2003, no primeiro governo do presidente Lula, o Bolsa Família é o maior programa de transferência de renda do Brasil, reconhecido internacionalmente por já ter tirado milhões de famílias da fome. Nesta gestão, o governo federal relançou o programa com mais proteção às famílias, com um modelo de benefício que considera o tamanho e as características familiares, aquelas com três ou mais pessoas passarão a receber mais do que uma pessoa que vive sozinha.
Além de garantir renda básica para as famílias em situação de pobreza, o Programa Bolsa Família busca integrar políticas públicas, fortalecendo o acesso das famílias a direitos básicos como saúde, educação e assistência social. O Bolsa Família visa resgatar a dignidade e a cidadania das famílias também pela atuação em ações complementares por meio de articulação com outras políticas para a superação da pobreza e transformação social, tais como assistência social, esporte, ciência e trabalho.
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Texto: R.O.
Edição: R.D.
Revisão: A.O.
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