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ENVELHECER É O NOSSO FUTURO
Alexandre da Silva discute o impacto de políticas públicas no processo de envelhecimento
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, participou nessa quinta-feira (16) da mesa de abertura do V Fórum da Longevidade Sesc-PE, em que abordou o tema “Políticas Públicas no Processo de Envelhecimento: 20 anos do Estatuto da Pessoa Idosa, um direito de envelhecer”.
Durante o evento, o secretário destacou a importância da participação social na construção de políticas públicas e das ações do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) para a pauta. “A gente tem agora esta gestão, com participação social, que para nós é extremamente importante. A intenção da fala de hoje é fazer essa aproximação. O ministro Silvio Almeida tem reforçado a relevância e necessidade de estarmos presentes nos estados e municípios”, afirmou.
A atividade ocorreu presencialmente no Auditório G2 da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), com transmissão ao vivo pelo YouTube da Unicap. O fórum acontece anualmente e tem o objetivo de fomentar o espaço de diálogo, a troca de experiências e a transversalidade da pauta.
Durante a palestra, Alexandre da Silva contextualizou a pauta da pessoa idosa antes e durante a atual gestão do governo federal e lembrou dos desafios para que a perspectiva do envelhecimento seja percebida na sociedade. “Se envelhecer é o futuro, então por que o senso comum diz que envelhecer é ruim? Nascemos com a certeza de que iremos envelhecer e temos que lutar para que esse direito seja garantido a todos, para envelhecer com dignidade e qualidade de vida”, defendeu.
O secretário chamou a atenção para o fato de ser recente a discussão em sociedade sobre a pauta da pessoa idosa fora do âmbito da saúde, o que impactou na formulação de políticas públicas efetivas.
“Há 20 anos atrás, nós não falávamos muito sobre o envelhecimento, a área de envelhecimento era pouco estudada, falava-se em saúde e não em outros aspectos. Tínhamos muito a presença do idadismo, assim como o machismo e capacitismo. Não falávamos sobre os pilares do envelhecimento. Falávamos pouco sobre a aprendizagem ao longo da vida e as várias necessidades de segurança. Existiam poucas pesquisas sobre o envelhecimento e nós não sabíamos qual era o impacto demográfico no Brasil”, disse.
“As oportunidades sobre o que fazer pelas pessoas idosas foram dadas lá atrás. Quando hoje se discute a questão previdenciária, nós sabíamos que o Brasil estava envelhecendo. A gente perdeu a oportunidade de discutir como conduzir o envelhecimento da população brasileira”, constatou.
Alexandre da Silva também alertou para o fato de atualmente quase 16% da população brasileira ser idosa, percentual que tende a aumentar nas próximas décadas. Considerando que os países que mais envelheceram no mundo são os países ricos, o secretário da SNDPI apontou que o Brasil está conseguindo envelhecer graças a marcos normativos como a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Pessoa Idosa e a Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos.
“Nesses documentos, existem palavras importantes que geram compromissos. Garantir a todas as pessoas o direito da autonomia e da independência. As nossas políticas públicas precisam garantir isso, como o SUS e o SUAS. Mais pessoas idosas quer dizer que menos pessoas morrem. O Brasil consegue assegurar, por meio de políticas públicas, o direito de a pessoa envelhecer. Mas ainda não é para todos os grupos e é por isso que estamos construindo políticas para que a população idosa mais vulnerável seja alcançada”, enfatizou.
O secretário também salientou a importância de o cuidado ser compartilhado com todas as pessoas da família, para não sobrecarregar as mulheres, e de que isso seja dialogado com a sociedade e a família, ressaltando que o cuidado não é só na perspectiva da doença.
Antes de encerrar, o secretário discorreu sobre as políticas criadas no âmbito da SNDPI como o Programa Envelhecer nos Territórios e o Edital Viva Mais Cidadania; sobre as diversas formas de violência, especialmente a tecnológica, em que as principais vítimas de golpes são as pessoas idosas; sobre a importância da inclusão digital e sobre a solidão a que muitos idosos estão expostos. “Quantas pessoas vivem sozinhas, não porque querem (solitude), e sim por abandono? Nos preocupa os riscos de adoecimento que a solidão pode gerar”, alertou.
A abertura do fórum foi feita pelo Coral Cantar é Viver, que existe há 30 anos e é composto apenas por pessoas idosas. Na apresentação, o coral cantou as músicas Travessia de Milton Nascimento, Stand by me de John Lennon e Bésame mucho de Consuelo Velásquez.
Além de Silva, participaram do evento a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Unicap, Valdenice José Raimundo, com o tema “O protagonismo e o empoderamento da pessoa idosa: os desafios do envelhecimento negro, a luta pelo direito de viver com dignidade”; e a geógrafa, escritora, promotora cultural e intérprete, Colly Holanda, com o tema “O protagonismo e empoderamento da pessoa idosa: experiência com a literatura, a partir do processo de envelhecimento”.
Texto: N.L.
Edição: R.D.
Revisão: A.O.
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