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MEMÓRIA E JUSTIÇA
MDHC inicia atividades da “Semana do Nunca Mais” com ato em Brasília em memória de estudante perseguido pela ditadura
O assessor especial Nilmário Miranda à frente da Ponte Honestino Guimarães, em Brasília (DF) (Foto: Clarice Castro - Ascom/MDHC)
Um ato realizado nesta segunda-feira (27) na Ponte Honestino Guimarães, em Brasília, deu início às ações da “Semana do Nunca Mais – Memória Restaurada, Democracia Viva”, programação do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) que visa a resgatar a memória da repressão ocorrida no Brasil durante a Ditadura Militar entre 1964 e 1985.
“Não existe democracia baseada em mentira e houve a destruição do trabalho de reconstrução da história brasileira que vinha sendo feito desde a Constituição de 1988. Este ato é a reconstrução sob os escombros deixados pelo governo anterior. É a celebração da vida, da liberdade e da democracia”, afirmou o assessor especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do MDHC, Nilmário Miranda, que está à frente das atividades.
No dia 13 de dezembro de 2022, uma votação na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) derrubou o veto do governador Ibaneis Rocha ao projeto de lei nº 1.697/2021 de autoria do então deputado Leandro Grass (PV), alterando o nome da ponte Costa e Silva - presidente que decretou o AI 5 - para Honestino Guimarães, líder estudantil da Universidade de Brasília, preso em 1973 por agentes do Centro de Informações da Marinha e que desde então permanece desaparecido.
“Quando esta ponte ganha o nome do meu pai, ela ganha tudo que esse nome carrega. O nome dele grita o nome dos companheiros e companheiras que lutaram a mesma luta dele. De todas as pessoas que foram pressas, torturadas e mortas”, declarou Juliana Guimarães, filha de Honestino, sobre o sofrimento das famílias afetadas pela ditadura.
“O nome dele nesta ponte carrega o sofrimento da minha avó, dos meus tios, da minha mãe, do meu filho e meu nome também”, reforça. Ela estava acompanhada do filho Lucas Guimarães, neto do líder estudantil. Nascido em 28 de março, Honestino Guimarães completaria 76 anos nesta terça-feira (28) . Em outubro, completam-se 50 anos de seu desaparecimento.
A iniciativa do MDHC junto à sociedade civil foi destacada pela presidenta da Comissão de Anistia do MDHC, Eneá de Stutz e Almeida. “Pela primeira vez em 59 anos depois do golpe, as vítimas, os perseguidos políticos e a sociedade civil estão assumindo o protagonismo desse momento, lembrando vidas e inspiração, como foi o caso do Honestino Guimarães, que pagou com a própria vida a luta pela democracia. Essa vigilância é permanente para manter na memória de toda a população que a luta por justiça, reparação e democracia é uma luta de todos os brasileiros. Ditadura nunca mais!”, bradou a professora.
Nesta terça-feira, o MDHC recebe uma audiência com mais de 150 familiares de pessoas mortas e desaparecidas com a presença do ministro Silvio Almeida.
Confira a programação completa da Semana do Nunca Mais
Texto: R.L.
Edição: P.V./R.D.
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