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Da periferia para o Governo Federal: conheça a história da assessora especial de Participação Social e Diversidade, Anna Karla Pereira
Na atual gestão, a participação social e a diversidade estão interligadas e contribuirão para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e inclusiva (Foto: Kallyo Aquiles)
“Sou o resultado de muitas lutas”, afirma a responsável pela inédita Assessoria Especial de Participação Social e Diversidade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e da Cidadania, Anna Karla Pereira. Conhecida popularmente por Karla Recife, em homenagem a cidade natal, ela se descreve como mãe, negra, periférica, nordestina, filha de pais negros e acadêmica, especialista em Gestão Pública e mestra em História.
Assista ao vídeo de apresentação da gestora
Força e resiliência são palavras atribuídas pelo imaginário social às pessoas do Nordeste. E não é em vão: ao longo da história, a região enfrentou desafios como a seca, a pobreza e a exclusão social, mas sempre encontrou uma forma de resistir e superar desigualdades sociais. Com Karla não poderia ser diferente.
A gestora descreve que enfrentou muitas adversidades durante a infância. No entanto, com apoio familiar sempre se dedicou com perseverança à educação – uma peça-chave para que hoje pudesse alcançar espaços de poder. “Conheço de perto a escassez e as dificuldades que as pessoas vivenciam neste país”, observa.
Sobre a trajetória percorrida, a assessora revela que a militância começou quando se reconheceu como mulher negra e buscou se aprofundar em memórias e origens. “Acredito muito no conhecimento e na força da ancestralidade de mulheres que vieram antes de mim e de toda a construção que se deu para que eu estivesse aqui hoje”, detalha.
Inspirações e perspectivas
As mulheres negras vêm ganhando mais espaço e poder na sociedade, apesar de ainda enfrentarem obstáculos e sofrerem com desigualdades. As barreiras de raça e gênero são sistêmicas e, por vezes, atrasam a ascensão dessa parcela da população que, inclusive, é maioria de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
No entanto, há cada vez mais mulheres negras liderando campanhas políticas, criando empresas bem-sucedidas e se tornando influentes em vários setores. Karla é um exemplo dessa luta ancestral e sabe reconhecer o comprometimento que o cargo exige.
“Ser inspiração para alguém, hoje, é a gente se tornar responsável pelos nossos passos e ter a consciência da necessidade de trazer sempre outras pessoas para ocupar lugares junto com a gente. É fazer com que essa luta avance e que a gente transforme esse país”, salienta.
Karla destaca que o aumento da representatividade de mulheres negras no poder não significa que as desigualdades étnicas e de gênero tenham desaparecido, mas que passos importantes para a igualdade de oportunidades têm sido percorridos.
“Muitas pessoas lutaram por mulheres nos espaços de decisão, por pessoas negras na política”, afirma, lembrando-se das palavras da poeta e escritora Conceição Evaristo: “Eles combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer”.
Para Karla, a síntese é um marco para o novo momento que o Brasil vive. “Enfrentamos tempos muito difíceis, mas estamos prontos para desenvolver um trabalho de ascensão”, indica.
Tempo de reconstrução
Na atual gestão, a participação social e a diversidade estão interligadas e contribuirão para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e inclusiva. Nessa direção, Karla descreve a criação do setor pelo qual será responsável como “um marco para os avanços democráticos do Brasil”.
“Precisamos trazer as pessoas para as políticas públicas, pois a população brasileira é formada pela pluralidade. Acredito que esses avanços na valorização da diversidade e a reabertura de diálogo com todos vão transformar a política pública no Brasil”, aponta.
Em contraposição ao enfraquecimento da presença da sociedade na construção de políticas públicas durante a gestão anterior, a assessora explica que a participação social se refere ao envolvimento das pessoas na vida política, econômica e cultural. A partir disso, diversas origens e identidades serão ouvidas para terem necessidades e preocupações reconhecidas e atendidas.
“A diversidade está nas diferenças étnicas, de gênero, crença, orientação sexual, identidade de gênero, entre outras. Por meio dela, é possível ampliar as perspectivas e habilidades para o debate de ideias e a resolução de problemas”, explica.
Para Karla, a sociedade terá oportunidade de chegar a soluções mais equilibradas e justas quando as vozes da diversidade forem consideradas para tomadas de decisões.
“Quando falamos de todas as mazelas que enfrentamos, falamos diretamente de ataques aos direitos humanos. Nosso maior desafio é fazer com que todos compreendam que os direitos humanos precisam alcançar a todos”, conclui.
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