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RACISMO
Em encontro com movimento social, secretária-executiva do MDHC discute pauta antirracismo no setor aéreo
Casos recentes de racismo nos aeroportos brasileiros e a visibilidade da pessoa negra no setor aéreo foram alguns dos temas debatidos nesta segunda-feira (10), durante encontro entre a secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Rita Oliveira, e representantes do movimento social “Quilombo Aéreo”, que tem como objetivo desenvolver estratégias de atuação para conscientizar as empresas, organizações e instituições sobre os efeitos do racismo que permeiam a aviação civil brasileira.
Durante o encontro, a secretária-executiva afirmou que a pauta é uma das prioridades do governo federal e que o apoio da sociedade civil é primordial para eliminar as barreiras do preconceito. “O racismo está presente de maneira mais ou menos explícita, em nosso cotidiano. Combater a discriminação racial, o discurso de ódio e a violência, inclusive estatal, contra a população negra é nossa prioridade. E para isso contamos com o apoio de organizações, como a ‘Quilombo Aéreo’”, enfatizou.
Para Rita Oliveira, é preciso discutir o tema também com as empresas áreas e demais órgãos do setor, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Não podemos aceitar que esses últimos casos de racismo nos aeroportos sejam tratados como coincidências”, declarou Rita Oliveira, após explicar que o MDHC e os ministérios da Igualdade Racial; das Mulheres; e portos e aeroportos vão debater juntos medidas de prevenção desses casos e mecanismos de regulação para as companhias aéreas.
Presente no encontro, a cofundadora do coletivo, Kênia Aquino, afirmou que nos últimos tempos têm sido registrados muitos casos de violência contra pessoas negras em aeroportos. "Os casos estão ganhando cada vez mais repercussão, mas enquanto a aviação civil brasileira não olhar para o racismo estrutural, a segurança da pessoa negra no aeroporto estará em risco. Precisamos de punições exemplares e políticas públicas efetivas para mitigar os efeitos do racismo na aviação", afirmou.
Para outra representante do movimento, Laiara Amorim, a aviação é uma área com formação de alto custo e a desigualdade social muitas vezes impede muitos até de pensar em ingressar nessa área de atuação. “Para grande parte da população, viajar de avião ainda é um luxo, uma realidade distante, imagina atuar como profissional pilotando ou até mesmo na manutenção de uma aeronave”, concluiu.
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