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PESSOAS IDOSAS
É preciso repensar políticas para evitar perpetuação de injustiças, diz Alexandre da Silva em diálogo sobre população idosa negra
Debate foi promovido por organizações internacionais e do Brasil para discutir a situação dos idosos negros na região das Américas (Imagem: Reprodução)
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre Silva, participou nesta sexta-feira (15) do diálogo virtual “Idosos Afrodescendentes: Realidades e Desafios”, oportunidade em que ressaltou as dificuldades enfrentadas pela população negra, em especial as pessoas idosas, no acesso a direitos como saúde, cuidados e seguridade social.
O evento, realizado por videoconferência, foi promovido pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) e pela Organização dos Estados Americanos (OEA), em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Rede Interamericana de Altas Autoridades em Políticas para a População Afrodescendente (RIAfro). O objetivo do diálogo foi discutir a situação dos idosos negros na região das Américas e os desafios para essa população.
“Temos que repensar urgentemente nossas políticas para não perpetuar injustiças e desigualdades contra a população idosa negra”, disse o secretário.
Ao apresentar os dados sobre a população idosa no Brasil, que hoje representa 15,8% do total dos brasileiros, Alexandre da Silva destacou a particularidade do país, onde o aspecto demográfico impacta nos índices e, consequentemente, na elaboração de políticas públicas. “Há alguns municípios no Sul, por exemplo, que têm 30% de idosos, enquanto no Norte há locais com 8% de população idosa. Estamos falando de desigualdades e iniquidades que afetam nosso país como um todo”, informou, lembrando que o grupo de idosos é o que mais tem crescido no Brasil.
“A velhice para a população negra é mais cruel. Além disso, os negros morrem mais cedo. Alguns direitos não são garantidos antes mesmo de algumas pessoas negras nascerem. Algumas morrem sem nunca ter vivenciado a cidadania. Estou falando de garantias como direito à vida, à dignidade, a cuidados de longa duração, à igualdade, à não discriminação, à não tortura, à cultura e recreação, à moradia, à seguridade social, à liberdade e tantos outros. Quantas pessoas negras não têm esses direitos garantidos e nunca terão? Quantas vezes uma política ou programa público mal pensado perpetua a falta de direitos para essas pessoas?”, prosseguiu.
O gestor do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) lembrou também de outra iniquidade causada à população negra, que, segundo ele, é responsável pela maior parte da contribuição previdenciária. No entanto, explicou o secretário, como os negros morrem precocemente, acabam não usufruindo do benefício a que teriam direito: “Quem usufrui é o grupo já privilegiado, que muitas vezes não contribui, porque faz uma contribuição de impostos via pessoa jurídica ou de outra maneira”.
“Nós temos que repensar nossas políticas para não perpetuar essas injustiças e desigualdades”, frisou Alexandre, que apresentou ainda os programas da atual gestão do governo pensados justamente para atacar o problema, que passam pela promoção da da equidade e da interseccionalidade, dentre eles o "Envelhecer nos Territórios" e o Edital "Viva Mais Cidadania". “Envelhecimento só será melhor quando as diferenças forem menores, em qualquer lugar do mundo. E o nosso legado enquanto Secretaria [Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa] é que todos tenham o direito de envelhecer”, concluiu.
Texto: A.F.
Edição: P.V.C.
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