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OUTUBRO ROSA
Ações de prevenção ao câncer de mama chegam à população do Marajó (PA)
Com o intuito de alertar a sociedade marajoara sobre a prevenção ao câncer de mama, o Governo Federal promoveu campanha interministerial de conscientização em municípios que compõem o Arquipélago do Marajó (PA). Entre as ações na última semana, foram realizados exames médicos, testes de saúde, veiculação de mensagens em caixas eletrônicos, oficinas e terapias. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) disponibilizou atendimento presencial do Disque 100 e Ligue 180, dentro das agências-barco da Caixa Econômica que atendem a região.
O Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Defesa (MD) também integraram a iniciativa, que foi desenvolvida nos municípios de Muaná, Limoeiro do Ajuru, São Sebastião da Boa Vista, Bagre e Breves. Em complemento às realizações, a campanha abordou a importância de prevenir os acidentes de escalpelamento, que consistem no arrancamento brusco e acidental do escalpo (couro cabeludo), causado pelo eixo do motor das embarcações.
Durante a iniciativa foi incentivada ainda a adoção de hábitos saudáveis. Entre eles, a prática regular de atividade física, alimentação balanceada, aumento da cobertura da vacina contra o HPV em meninas de 9 a 14 anos, controle de peso, abandono do fumo e álcool e redução do estresse, todos aliados às estratégias de rastreamento do câncer de colo de útero e mama.
"Essas ações alusivas justificam-se pelo fato do Brasil, em especial a região Norte, enfrentar grande desafio para reduzir óbitos por câncer de colo de útero e de mama. Em relação ao colo do útero, a região Norte do país se destaca pela maior taxa de mortalidade nas mulheres”, afirma a secretária nacional de políticas para as mulheres do MMFDH, Cristiane Britto.
Saúde
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), no total foram atendidas mais de 1 mil mulheres entre os dias 17 e 23 de outubro. Como parte das ações prioritárias do Outubro Rosa, a pasta realizou 114 mamografias, 272 exames preventivos e 40 colposcopias, exames para detecção de câncer do colo do útero, recomendado após o exame preventivo para algumas mulheres. Também foram feitos 1.108 testes de gravidez, 248 testes sorológicos (HIV, sífilis e hepatite B), 9 biópsias e 11 exames de raio X.
As equipes de médicos enviadas pelo MS realizaram 719 atendimentos médicos, sendo 98 consultas ginecológicas, em oito cidades marajoaras: Breves, Portel, Melgaço, Curralinho, Muaná, Limoeiro, São Sebastião e Bagre. Além das UBS, os atendimentos também foram feitos no Navio de Assistência Hospitalar Soares de Meirelles da Marinha do Brasil e no Navio da Caixa Econômica Federal.
As ações da semana foram realizadas pelo Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde e integram o programa Abrace o Marajó, uma iniciativa interministerial encabeçada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Além da área da saúde, o programa abrange educação, infraestrutura e desenvolvimento social e econômico da região.
Inserção de DIU
Durante toda a semana, foram feitas 927 inserções de dispositivos intra-uterinos (DIUs), uma demanda represada nos municípios da Ilha de Marajó. “As mulheres fizeram fila nas unidades de saúde, e o interesse foi tão grande que precisamos trazer mais dispositivos do que tínhamos planejado inicialmente”, comentou o s
Uma das beneficiadas foi a professora Diélida Oliveira Carvalho, de 32 anos, residente de Melgaço (PA). Assim que recebeu o resultado negativo para o teste de gravidez, comemorou com as amigas e agendou a inserção do DIU para o dia seguinte. Ela tem duas filhas, uma de nove e outra de dois anos, e desde que a segunda nasceu, ela não quer mais outra gestação, e estava tomando anticonceptivo injetável mensalmente. “Soube desta ação pela minha irmã, e fiquei muito feliz, porque é um método que vai me proteger por vários anos”, justificou.
O DIU é um dispositivo seguro, que previne a gravidez e está disponível gratuitamente na Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, o Marajó precisava de profissionais capacitados para fazer a inserção do DIU nos consultórios. Pensando nisso, a Coordenação dos Ciclos de Vida do Ministério da Saúde promoveu uma capacitação com trabalhadores das unidades básicas de saúde da região. Agora, o arquipélago conta com 27 profissionais habilitados para colocar o DIU, em cinco municípios.
“Isso é muito positivo, porque as mulheres que participaram da ação saíam do consultório e contavam para as amigas e para a família que colocaram o DIU. Acredito que elas possam influenciar muitas outras mulheres nas próximas semanas para fazer o mesmo, contribuindo com o planejamento familiar e a redução da mortalidade materna”, opinou Ana Cristina Russo, coordenadora de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde e integrante da equipe de ginecologistas que treinou profissionais de saúde de Marajó para a inserção do dispositivo.
Capacitação
Outros 132 profissionais (entre médicos, enfermeiros, odontólogos, técnicos e agentes comunitários de saúde) foram capacitados na Ilha de Marajó por meio da iniciativa Força Pré-Natal do SUS.
Uma equipe enviada pelo Ministério da Saúde, composta por médico obstetra, médico de família e comunidade, enfermeira e odontóloga, foi responsável por ministrar aulas expositivas, abordando casos clínicos e cenários de simulação, a fim de qualificar a atenção a gestantes e puérperas. Os encontros abordavam os seguintes temas:
- Manejo clínico da gestação e estratificação de risco;
- Consulta odontológica na gestante;
- Diagnóstico e tratamento da sífilis na gestação e enfrentamento da sífilis congênita;
- Coleta de preventivo do câncer de colo do útero na gestante;
- Principais intercorrências obstétricas nos três trimestres;
- Prevenção, diagnóstico e manejo da hipertensão na gestação, do diabetes gestacional, da bacteriúria assintomática e da anemia na gestação;
- Acompanhamento nutricional da gestante;
- Vigilância fetal;
- Fluxos de referência ao pré-natal de alto risco.
“Qualificar o pré-natal é uma ação estratégica para o enfrentamento da morbimortalidade materna e infantil. É durante a gestação, principalmente nos meses iniciais, que podemos prevenir e detectar precocemente os principais agravos maternos e fetais, de forma a garantir o desenvolvimento saudável do bebê e a redução dos riscos de complicações durante a gestação, parto e puerpério”, destacou a coordenadora-geral de Ciclos de Vida do Ministério da Saúde, Lana Lourdes Aguiar Lima.
A segunda etapa da Força Pré-natal do SUS consiste na realização de webinários semanais, com o objetivo de apoiar tecnicamente a elaboração do plano de ação para a melhoria do acesso das gestantes ao pré-natal de baixo e alto risco. A terceira etapa é um curso EAD na plataforma do Campus Virtual de Saúde Pública.
Canais de denúncia
Disponibilizados presencialmente pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), dentro das agências-barco da Caixa Econômica que atendem a região do Marajó (PA), o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) e o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) também podem ser acionados por meio de ligação gratuita, aplicativo Direitos Humanos Brasil, site da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), Telegram e WhatsApp (61) 99656-5008. Os serviços são gratuitos e funcionam 24 horas por dia, inclusive em feriados e finais de semana.
Entre os grupos atendidos pelo Disque 100, estão crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, em restrição de liberdade, LGBTs e população em situação de rua. O canal também está disponível para denúncias de casos que envolvam discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais. Já as denúncias de violência contra a mulher são registradas pelo Ligue 180.
Com informações do Ministério da Saúde
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