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IGUALDADE RACIAL
Quilombo Filús, em Alagoas, concentra alto número de pessoas albinas
Dos 170 moradores do quilombo, 10 apresentam a condição. (Foto: Rúben Camargos/SNPIR)
O titular da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR), Paulo Roberto, esteve na comunidade quilombola Filús, localizada na Serra dos Cachorros, nos últimos sábado e domingo (26 e 27). Filús é considerado o quilombo mais geograficamente isolado do estado e se destaca pelo alto número de pessoas albinas. Dos 170 quilombolas que compõem o grupo, 10 possuem a condição ou 5,8% do total de pessoas. A incidência na população mundial é de uma para cada 17.000 pessoas, segundo o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.
“Estabelecemos um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde para reunirmos esforços no sentido de conhecermos os albinos, quantificar e qualificar o atendimento e, assim, realizar ações efetivas na melhoria da qualidade de vida deles”, pontuou o representante do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
O acordo foi firmado em dezembro de 2020, quando os órgãos anunciaram o investimento de R$ 71 milhões para a construção de políticas públicas e melhorias no atendimento a pessoas albinas. O incentivo será transferido aos municípios que registraram atendimento de pessoas albinas em serviços da Atenção Primária nos últimos quatro anos.
Além da ampliação do cadastro dessa população, a parceria fortalece as ações de promoção, prevenção e cuidados oferecidos às pessoas com albinismo na atenção primária. Atualmente, cerca de 95% dos atendimentos entre a população albina ocorrem em hospitais e emergências.
Quilombos em Alagoas
Alagoas possui 69 comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares. A certificação é necessária para salvaguardar a cultura, a preservação dos saberes e a valorização da história dessas populações.
Amauri da Silva é um dos moradores de Filús. Por conta da exposição prolongada ao sol, ele teve câncer de pele e precisou de três cirurgias na região do rosto. A mãe de Amauri faleceu por conta da mesma doença. “Quando ela resolveu se cuidar, o câncer já estava bastante avançado e não deu tempo”, lamentou.
Albinismo
A condição rara é herdada geneticamente, causando problemas na síntese da melanina, produzindo pouca ou nenhuma quantidade, ou falha em sua distribuição, que causa hipopigmentação da pele, pelos, cabelos e olhos.
A falta de melanina pode provocar baixa visão, problemas e lesões de pele, queimaduras solares e fotoenvelhecimento. O albinismo acomete todas as raças em todo o mundo, independentemente do sexo, etnia ou condição social.
Agenda
No quilombo, o secretário Paulo Roberto esteve acompanhado do reitor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Josealdo Tonholo, e de professores da universidade.
Durante a agenda, o gestor ainda se reuniu com equipes da Faculdade de Medicina, com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da UFAL e da Secretaria de Estado da Mulher e Direitos Humanos, para analisar o impacto das cotas na instituição de ensino.
Já no município de União dos Palmares, Paulo Roberto acompanhou a decisão da Copa Zumbi de futebol Sub-20, e visitou a Serra da Barriga, patrimônio Cultural Brasileiro inscrito no Livro do Tombo Histórico e no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico desde 1986. O local recebeu o título de Patrimônio Cultural do Mercosul em maio de 2017.
*Com informações do Ministério da Saúde
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