Igualdade de oportunidades é tema de evento voltado a mulheres negras

Os desafios na luta pela igualdade de oportunidades foram o foco do webinário promovido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), nesta segunda-feira (26), em Brasília (DF). Com a participação de representantes do Poder Público e sociedade civil, a atividade fez referência ao Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, celebrado no domingo (25). 

Durante o evento, o titular da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR/MMFDH), Paulo Roberto, destacou que as ações desenvolvidas pela Pasta têm a proposta de garantir o acesso a direitos. “Eu sempre digo que todos nós temos essa missão constitucional de reduzir a desigualdade e enfrentar o racismo. Não se trata de privilégios, mas de igualdade de oportunidades. É colocar todos na mesma linha de largada para que a partir dali cada um desenvolva o seu potencial”, reforçou o secretário.

Para o gestor, as histórias de sucesso citadas na oportunidade demonstram que todos podem alcançar seus objetivos. “Essa é a nossa missão. No âmbito do Ministério cabe, sobretudo à SNPIR, o desenvolvimento de ações intersetoriais e a articulação política para que iniciativas que visem à igualdade sejam implementadas e os direitos de indivíduos e populações étnico-raciais sejam garantidos”, completou.

Exemplo de superação, a delegada Jane Klébia, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), foi abandonada pelo pai aos três meses de vida. Ela contou sobre o período antes de ingressar na corporação. “Eu vim de um lar que a chefe da casa era minha mãe e vivi a primeira violência aos três meses de idade. Eu devo tudo o que tenho à escola pública para conseguir passar naquele funil e superar as dificuldades. Tudo isso é simbólico para dizer que a pobreza não te permite se vitimizar. Passei por muitas dificuldades, mas com muita dedicação e pagando um preço alto consegui chegar em algum lugar”, enfatizou.

Também integrante da mesa de autoridades, a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), Cristiane Antunes, chamou atenção para os objetivos pessoais e coletivos que podem ser alcançados. “A palavra representatividade tem uma força muito grande. É importante que a mulher, como um todo, ocupe espaços na nossa sociedade e principalmente é importante que a mulher negra também venha buscar espaços de poder e de formação de opinião, para que a gente possa discutir essa situação e possa melhorar a realidade de nossas irmãs”, disse.

A solenidade também contou com atividades culturais, como a apresentação de carimbó feita pela ribeirinha Patrícia Morais e um desfile de mulheres negras da grife Afrikans.

Atuação

Atualmente a SNPIR tem sete convênios ativos para a qualificação de mulheres negras, quilombolas, indígenas, imigrantes e refugiadas, um investimento de cerca de R$ 780 mil. Os projetos beneficiam ao todo 1,1 mil mulheres.

Neste ano, a secretaria também firmou Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o Ministério da Educação (MEC), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o Ministério da Saúde e o Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul para reforçar a pauta da igualdade racial.

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