Notícias
BATE PAPO
Ataques racistas virtuais reforçam a paixão pela literatura em jovem de Salvador (BA)
Adriel e sua mãe superam ataques e sonham em abrir uma biblioteca comunitária em Salvador (BA) (Foto: Divulgação/MMFDH).
Convidado do projeto Igualdade Étnico-Racial em Foco, desta sexta-feira (15), Adriel Bispo de Souza, 13 anos, de Salvador (BA), foi alvo de ofensas racistas em seu perfil no Instagram em 2020. O jovem foi o entrevistado da segunda fase da iniciativa da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (SNPIR/MMFDH).
Assista ao vídeo:
Adriel publica em sua página @livrosdodrii resenhas e dicas dos livros que tem lido. No dia 27 de maio do ano passado, foi alvo de mensagens de cunho racistas. Após o caso, que teve repercussão nacional, o jovem, apaixonado por literatura, recebeu mensagens de apoio e livros de milhares de pessoas e instituições, como a Academia Brasileira de Letras (ABL).
Durante a live, conduzida pelo titular da SNPIR/MMFDH, Paulo Roberto, Adriel respondeu a perguntas sobre como reagiu ao ver um ataque preconceituoso em sua rede social, o incentivo para o universo da leitura e o que mudou em sua vida a partir desse acontecimento.
“Fiquei bem triste e nervoso não soube reagir e depois fui falar com minha mãe. Expus a mensagem que pessoa mandou e não imaginava à proporção que tomou. Sou feliz pela quantidade de pessoas que me acompanham e recebo mensagens positivas até hoje”, disse Adriel.
O secretário Paulo Roberto destacou a importância do tema da leitura como instrumento de transformação. “Como educador acredito mesmo na leitura como transformadora da realidade social. É por meio da leitura que a gente tem evolução, não tem outo caminho, não tem atalho”, apontou.
Paulo Roberto aproveitou a oportunidade para detalhar o trabalho da secretaria. “A SNPIR é de todos e o proposito dessa live é levar ao conhecimento da população brasileira as pautas trabalhadas pela secretaria. A secretaria tem por objetivo, dar visibilidade aos nossos segmentos de povos e comunidades tradicionais, e esclarecer os questionamentos que envolvem racismo com as etnias brasileiras, além de debates com as temáticas sobre saúde, educação, cultura e empreendedorismo”, pontua o secretário.
Adriel comentou ainda que foi dentro de sua família que recebeu seus maiores apoios. “Minha mãe incentivou a leitura, uma prima e uma tia me deram muitos livros. Mas, principalmente, minha mãe que me diz que a leitura é o melhor caminho que a gente pode ter”, lembra o jovem.
“O incentivo sempre dei porque morávamos em comunidade. Eu precisava tirar da vista dele algumas coisas que aconteciam em nossa volta então foram sempre através da leitura e do estudo”, relata a mãe de Adriel, Deise Bispo.
Ao final do bate papo, Deise Bispo falou sobre as mudanças que a família passou após o caso de racismo que seu filho foi vítima. “Nossa vida teve uma grande mudança. Meu filho conseguiu uma bolsa de estudos e a gente está lutando para abrir uma biblioteca comunitária para encaminhar jovens para além da leitura conseguir um primeiro emprego”, almeja.
Para dúvidas e mais informações:
gab.snpir@mdh.gov.br
Atendimento exclusivo à imprensa:
Assessoria de Comunicação Social do MMFDH
(61) 99558-9277