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MULHERES NO PODER
D. Maria I: inaugurada exposição sobre a primeira mulher chefe de Estado do Brasil
A secretária nacional de políticas para as mulheres do MMFDH, Cristiane Britto, destacou a importância da exposição que reapresenta D. Maria I. Foto: Divulgação/FBN)
Soberana e primeira mulher chefe de Estado no Brasil, tradicionalmente reconhecida como a primeira rainha reinante em Portugal, esposa, mãe. Essas são características da líder reapresentada pela exposição "D. Maria I, Portugal e o Brasil: elos de uma mesma corrente", da Fundação Biblioteca Nacional (FBN). O acervo digital foi inaugurado nesta terça-feira (6), com o apoio do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
Chamada de louca, na verdade D. Maria I sofria de depressão. Durante seu reinado (1777 a 1792), houve um relevante impulso à cultura e às ciências, ao desenvolvimento do comércio e do Judiciário - com a criação de comarcas e nomeação de juízes. Nas capitais, as ruas ganharam limpeza e iluminação, e, as dívidas da Coroa foram quitadas.
Durante a inauguração, realizada em evento on-line, a secretária nacional de políticas para as mulheres do MMFDH, Cristiane Britto, provocou uma reflexão sobre a rainha, ao questionar se ela não teria sofrido violência política, pois foi deposta do cargo sob a alegação de que era louca.
"Ela foi uma grande gestora, com feitos importantes. Hoje em dia vemos uma situação similar na qual as mulheres, ao se posicionarem, muitas vezes são chamadas de histéricas. Nos cargos de gestão, ou até mesmo em candidaturas durante uma eleição, mulheres sofrem esse tipo de violência política", disse.
Na ocasião, a secretária ressaltou que o Governo Federal possui iniciativas que visam proteger o segmento feminino. "Uma das nossas bandeiras é o projeto Mais Mulheres na Política. Temos também um canal institucional, o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher). Por meio desse serviço gratuito é possível denunciar os casos e combater esse tipo de violência que retira a mulher do ambiente político e partidário, do ambiente de poder", acrescentou.
Conheça o projeto Mais Mulheres na Política
Saiba como acionar o Ligue 180
Segundo a secretária, D. Maria I foi um exemplo para todas as mães. "Ela conseguiu conciliar as exigências das funções que exercia com a maternidade. Naquele tempo ela já mostrou que é possível", completou.
Ainda de acordo com Britto, há planos para mais ações conjuntas. "O nosso desejo é estabelecer uma parceria duradoura com a Biblioteca Nacional, com o objetivo de prestigiar outras mulheres em futuras exposições, pois entendemos que a representação por meio da cultura pode transformar uma sociedade”, afirmou.
Inauguração
Durante o lançamento da exposição, o presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Rafael Nogueira, ressaltou o contexto histórico. "Muitas inovações foram realizadas por D. Maria I, inclusive do ponto de vista científico e social. Ela veio logo após o período conhecido como joanino, pombalino. Com o Marquês de Pombal, houve muitas execuções e dificuldades. Apesar de reconstruir Lisboa, ele trouxe muitas dificuldades do ponto de vista da educação no Brasil", contou.
Para a diretora-executiva da FBN, Maria Eduarda Marques, era necessário um novo olhar. "Estamos fazendo uma releitura dessa personagem que entrou para a nossa história, no anedotário, na figura da louca e desequilibrada, sendo que ela foi uma figura de grande importância para o Brasil e Portugal", enfatizou durante a atividade virtual.
Curadora da exposição, Mary del Priore observou que, além de gestora, D. Maria I foi uma mãe de família admirável. "Uma mulher extremamente sensata, que teve o cuidado com o outro, com o povo. Ela teve uma vida de mulher que conseguiu alcançar o equilíbrio familiar, juntamente com todas as iniciativas que ela tomou para transformar Portugal", concluiu a historiadora.
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