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Surdocego fala sobre desafios da deficiência no projeto Conversando sobre a Pessoa com Deficiência
Foto: Divulgação/MMFDH
A surdocegueira e os desafios enfrentados por quem tem esse tipo de deficiência foram o tema do projeto Conversando sobre a Pessoa com Deficiência. A conversa desta quarta-feira (16) foi com o desenvolvedor web, Paulo Roberto Andrade, que é surdocego.
No bate papo, o convidado elencou uma série de pontos que merecem atenção, como as dificuldades encaradas pelas pessoas surdocegas no cotidiano, a inclusão no mercado de trabalho, o uso de guias intérpretes, questões ligadas à educação e à comunicação.
Paulo contou como foi complicado ingressar no mercado de trabalho. “Organizei meu currículo e distribuí. Eles liam pessoa com deficiência e jogavam fora. Por conta disso, sempre tive dificuldade em conseguir emprego. Então, decidi tirar essa informação do meu currículo”, disse.
Segundo o desenvolvedor web, a decisão foi determinante para começar a ser convocado para as entrevistas de emprego. “Infelizmente, eu tive que tirar essa palavra porque eu tinha que mostrar minha capacidade para que as pessoas acreditassem em mim”, explicou.
Ainda durante a live, Paulo aproveitou para alertar quanto aos problemas de acessibilidade em áreas públicas. “Minhas barreiras são arquitetônicas. As cidades são desniveladas, as calçadas têm ondulações e não são retas. Já aconteceu muitas vezes de eu cair”, lamentou.
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Surdocegueira
Segundo o instituto Benjamin Constant, do Ministério da Educação, a surdocegueira é uma deficiência singular que apresenta perdas auditivas e visuais concomitantemente em diferentes graus. Isso leva a pessoa surdocega a desenvolver diferentes formas de comunicação para entender e interagir com a sociedade.
O projeto
Desde maio, uma série de lives, idealizada pela Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, discute todas as quartas-feiras um tema relacionado às pessoas com deficiência e doenças raras. Segundo a titular da SNDPD, Priscilla Gaspar, a programação surgiu durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) como forma de interação entre o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e as pessoas com deficiência.
"Pensamos em organizar essas lives com o objetivo de ser um canal direto de conversa com as pessoas com deficiência também nesse período de isolamento social. Trazemos todas as semanas temas focados nas reivindicações e políticas públicas relacionadas às necessidades das pessoas com deficiência", explicou.
“Para o público sem deficiência é a oportunidade de conhecer um pouco mais desse universo, sempre em busca de um Brasil cada vez mais justo e inclusivo", completou a secretária.
A programação já contou com a participação de diversos convidados que trataram, entre outros temas, sobre a acessibilidade nas lives; pessoa com deficiência e maternidade; brincadeiras para crianças com deficiência no período da quarentena; pessoas com deficiência e o acesso à informação durante a pandemia do coronavírus e a importância das secretarias estaduais e municipais voltadas para as pessoas com deficiência.
Os participantes também já contribuíram com dicas sobre como melhorar nossa imunidade em tempos de pandemia; orientações para profissionais da saúde e sobre o coronavírus para pessoas com doenças raras; informações sobre o albinismo e o esporte como forma de inclusão para pessoas com deficiência.
Para dúvidas e mais informações:
pessoacomdeficiencia@mdh.gov.br
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