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No Dia Mundial da Prematuridade, webinário aborda desafios das mães de prematuros
No Dia Mundial da Prematuridade, mulheres e especialistas se reuniram para discutir os desafios de mães de bebês que tiveram o parto antecipado. O webinário “Juntos pelos Prematuros: Cuidando do Futuro", transmitido pelas redes sociais do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) nesta terça-feira (17), faz parte das ações do Novembro Roxo - campanha realizada para a conscientização da população sobre o tema.
O primeiro painel foi destinado ao debate do tema “Os Desafios da Prematuridade no Brasil”. A fundadora e diretora executiva da Associação Brasileira de Pais de Bebês Prematuros, Denise Suguitani, explicou a origem e a importância da campanha e falou sobre alguns direitos e necessidades das famílias de bebês prematuros.
Para Denise, a prorrogação da licença-maternidade, de acordo com o tempo que o bebê fica internado no hospital, foi uma grande conquista. "O estresse pós-traumático das famílias de prematuros é comparado ao estresse pós-traumático de soldados de guerra”, destacou a executiva ao lembrar que o apoio à família é fundamental.
Licença maternidade
A questão da licença-maternidade também foi debatida no painel seguinte que contou com a participação do advogado Guilherme Nóbrega. Foi ele quem representou o autor da ação impetrada no Supremo Tribunal Federal (STF) para o reconhecimento da licença-maternidade a partir da alta hospitalar da mãe ou do recém-nascido, o que ocorrer por último.
“Não é possível uma mãe ficar desassistida em um momento tão delicado da vida. A ideia dessa ação foi proteger mãe e bebê da maneira mais completa possível. O STF foi sensível e atendeu a essa demanda com uma liminar”, comentou o advogado.
Separação zero
Em seguida, a discussão sobre “Vínculos Familiares e Separação Zero” teve a presença e a contribuição da secretária nacional da família (SNF), Angela Gandra. “Nosso objetivo é fortalecer vínculos familiares desde o primeiro momento. Queremos fortalecer os vínculos desde a gestação e, no caso da criança prematura, ela precisa ainda mais dos pais”, defendeu.
Segundo a secretária, pesquisas realizadas pela secretaria sobre a prematuridade e o fortalecimento de vínculos mostram que o desenvolvimento da criança é altamente impactado pelos relacionamentos afetivos. “Por isso, é essencial o acolhimento e a separação zero entre mãe e bebê”, argumentou Gandra.
Mães com deficiência
Outro painel do webinário tratou sobre “Os Desafios da Mãe com Deficiência no Cuidado com o Bebê Prematuro”. Quem apresentou esse tema foi a secretária nacional dos direitos da pessoa com deficiência, Priscilla Gaspar.
“É importante que nós lembremos que as mães com deficiência assim o são desde a gestação e precisam de cuidados específicos desde o início. São diversos relatos de mães com deficiência que enfrentam discriminação da sociedade que as considera incapazes de exercerem a maternidade. Eu tive três filhas e tive dificuldades na comunicação com os médicos porque não havia o serviço de interpretação”, relatou a secretária.
“Muitas mães com deficiência passam por dificuldades desde a concepção. Imagina como fica o estado emocional dessa mãe com um bebê prematuro, que precisa enfrentar todas essas barreiras de acessibilidade para entender o que seu filho precisa?”, indagou.
Políticas Públicas
A titular da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM), Cristiane Britto, lembrou que a secretaria foi criada em 2000, mas apenas em 2019 passou a contar com uma coordenação-geral voltada para a maternidade. “Em março deste ano, lançamos nosso primeiro projeto em favor das mães, o ‘Mães Unidas’. Trata-se da formação de uma grande rede de voluntárias. Preparamos mães para acolher e auxiliar outras em situação de vulnerabilidade social”, relatou.
Além disso, a secretária afirmou que a SNPM está finalizando o projeto do “Espaço Maternidade”, que tem o objetivo de criar um espaço modelo a ser adotado por órgãos públicos e empresas privadas, para incentivar medidas de atenção à servidora e funcionária lactante, mãe de criança até dois anos de idade, contribuindo para a promoção da saúde e bem-estar das mães trabalhadoras, bem como para o equilíbrio trabalho-família.
Outro projeto em fase de construção é o “Bem Gestar e Acolher”. A proposta inicial contempla ações para facilitar o acesso às informações do pré-natal, por meio de um aplicativo, e a realização de capacitação para os profissionais da saúde, com foco no atendimento humanizado de gestantes, mães em situação de vulnerabilidade, mães de bebês com deficiência e prematuros.
Segundo Cristiane Britto, a SNPM também tem projetos direcionados para mulheres rurais e mulheres encarceradas. “Em breve teremos a alegria de apresentá-los para todos”, finalizou a secretária.
O webinário foi gravado e está disponível na página do MMFDH no Facebook e no YouTube.
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