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Lançamento do selo “Não à Violência Política” reforça luta por representatividade feminina no país
“Em 2020, ainda temos que ouvir: não votem em mulher. Isso é ou não uma violência política contra a mulher?”, questionou a titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), ministra Damares Alves, durante a cerimônia que marcou o lançamento do selo “Não à Violência Política” nessa quinta-feira (6). O evento transmitido pelas redes sociais foi mais uma ação em prol da representatividade feminina na política brasileira.
No ato simbólico, coordenado pela Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM), a ministra reforçou o empenho das instituições parceiras da iniciativa que integra o projeto + Mulheres na Política. “Obrigada a todas as mulheres incríveis que deram suas contribuições e colaborações. Isso nos faz acreditar que estamos no caminho certo e que esse projeto foi um gol de placa da SNPM”, elogiou Damares.
A titular da SNPM, secretária Cristiane Britto, agradeceu às autoridades que participaram do evento e enfatizou a importância do selo. “Esse importante símbolo foi criado com a intenção de disseminar a comunicação e dar mais visibilidade a esse tema tão presente, mas pouco debatido, que é a violência política contra a mulher”, explicou.
“Nós entendemos como violência política, a agressão física, psicológica, econômica, simbólica ou sexual contra a mulher, praticata com a finalidade de impedir ou restringir o acesso às funções públicas ou induzir a mulher a tomar decisões contrárias a sua vontade. Nessa concepção, estão inclusas as eleitas, as candidatas aos cargos eletivos, as ocupantes de cargos públicos, as dirigentes de conselhos de classe, de empresas estatais e das entidades de representação política”, continuou Cristiane.
A representante da bancada feminina da Câmara dos Deputados, deputada federal Margareth Coelho, parabenizou a ação. “O lançamento deste selo é importantíssimo. Este selo traz à tona a visibilidade e premia aqueles que buscam meios de enfrentar esta forma de violência que é, ao meu ver, a mãe de todas as violências”, afirmou a parlamentar.
Também presente no lançamento, a presidente da comissão nacional da mulher advogada, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Daniela Borges, também comentou a importância do evento como um estímulo para a presença maior de mulheres na política. “As mulheres são 52,5% do eleitorado brasileiro e representam atualmente apenas 15% dos parlamentares no congresso. Por que esse déficit de representatividade? Diversas são as razões e o selo lançado hoje pela SNPM tem por objetivo combater uma dessas causas, que é a violência política contra as mulheres”, lembrou a advogada.
A transmissão também contou com a presença da presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), de autoridades do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da Procuradoria-Geral Eleitoral e da representante da ONU Mulheres. “A questão é grave e deve ser expressa. A ONU Mulheres saúda o projeto + Mulheres na Política e se junta a esse momento de somar forças na prevenção e no enfrentamento da violência política contra a mulher", frisou a participante da ONU Mulheres, Anastasia Divinskaya.
Selo
Além de incentivar o engajamento das mulheres e o registro de denúncias por meio do Ligue 180, o selo, de caráter publicitário, busca despertar a bandeira e envolver a sociedade ao proporcionar uma reflexão sobre o tema. “O selo é uma ferramenta simbólica para tirar da invisibilidade uma violação que exclui as mulheres dos espaços políticos”, finalizou Cristiane Britto.
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