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Empresas têm novo prazo para inscrever projetos de redução da letalidade infantojuvenil
Foto: Banco de imagens/Internet
Uma nova alteração no edital prorrogou o prazo para a inscrição de projetos com foco na redução de assassinatos de crianças e adolescentes. Agora, os interessados em participar da seleção têm até às 23h59 do dia 22 de novembro.
O prazo foi prorrogado com o intuito de alcançar mais empresas públicas e privadas, sem fins lucrativos, com experiência na área de atuação. Ao todo, seis entidades serão selecionadas. As contempladas receberão R$ 10 mi para desenvolver ações.
As empresas devem encaminhar as propostas para o e-mail: cptdca@mdh.gov.br. A mensagem tem que ser identificada com a inscrição “PNUD/BRA/18/024 - Convocação 09/2020” e a indicação do nome da instituição.
A iniciativa do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), contará com recursos do órgão internacional e terá dois eixos de atuação.
O primeiro eixo, que estará sob a responsabilidade de uma empresa, é referente à elaboração da proposta de metodologia e capacitação das demais instituições, além do acompanhamento contínuo e avaliação de resultados nos municípios.
O segundo será conduzido por cinco entidades - preferencialmente uma por região do país. As organizações vão implantar e multiplicar a metodologia a ser desenvolvida.
"A violência é um fenômeno multicausal. Por isso, as iniciativas para enfrentá-la ou preveni-la requerem intervenções multissetoriais e integradas. Uma das áreas prioritárias desse projeto será a proposição de soluções preventivas e voltadas à retenção e permanência dos alunos na escola", afirma o titular da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA/MMFDH), Maurício Cunha.
O secretário acrescenta que é essencial a disseminação de estratégias para o fortalecimento das capacidades da comunidade escolar, das famílias e das instituições públicas e comunitárias. O objetivo é lidar com situações de conflito e prevenir a exposição das crianças e adolescentes às diferentes manifestações da violência.
Números
O "Relatório Violência Letal Contra as Crianças e Adolescentes do Brasil” revela que 689.627 crianças e adolescentes morreram por acidente de transporte, suicídio e homicídio, entre 1980 e 2013.
Segundo a publicação, crianças e adolescentes negros morrem proporcionalmente quase três vezes mais do que brancos. Apenas em 2013, considerando o conjunto da população de até 17 anos de idade, a taxa de homicídios de brancos foi de 4,7 por 100 mil e a de negros, 13,1 por 100 mil.
O relatório destaca ainda que os homicídios são a principal causa do aumento drástico das mortes de crianças e adolescentes por motivos externos. Os assassinatos representam cerca de 2,5% do total de mortes até os 11 anos e têm um crescimento acentuado na entrada da adolescência, aos 12 anos, quando causam 6,7% dos óbitos nessa faixa etária.
Aos 14 anos, 25,1% das mortes ocorrem por homicídio, percentual que atinge 48,2% na análise dos óbitos aos 17 anos. Isso significa que o Brasil é o país onde mais adolescentes morrem vítimas de homicídios em todo o mundo, em números absolutos, com aproximadamente 10 mil mortes por ano.
Para o secretário Maurício, essa violência contra o jovem é uma verdadeira tragédia nacional. "Desde 2012, a taxa de homicídios de adolescentes é mais alta do que a da população em geral. Esse é um fenômeno que precisa ser enfrentado de maneira urgente. É preciso falar sobre isso para que se encontrem soluções de consenso eficazes à luz dos direitos humanos", completa.
Educação
O estudo “Indicadores multidimensionais de educação e homicídios nos territórios focalizados pelo Pacto Nacional pela Redução de Homicídios”, divulgado em 2016 pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (MJ) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concluiu que a educação é o passo inicial para a redução dos homicídios.
Segundo o levantamento, estima-se uma redução de 2% na taxa de homicídios dos municípios para cada 1% a mais de jovens entre 15 e 17 anos nas escolas.
PPCAAM
Uma iniciativa do Governo Federal, o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) já protegeu mais de 12,6 mil pessoas em todo o país. De acordo com o último balanço, de 2003 até maio deste ano, o PPCAAM incluiu cerca de 4,7 mil crianças e adolescentes e mais de 7,8 mil familiares nas ações realizadas pelo programa.
O programa é executado nos estados por meio de convênios entre o MMFDH, governos estaduais e Organizações da Sociedade Civil (OSCs). Coordenado pela SNDCA, tem o objetivo de oportunizar a proteção, preservação e promoção da vida daqueles que estão em situação de risco iminente de morte e também de seu núcleo familiar.
"A identificação da ameaça e a solicitação de inclusão no PPCAAM são realizadas por meio do Poder Judiciário, das Defensorias Públicas, dos Conselhos Tutelares e do Ministério Público, caracterizados como 'Portas de Entrada'. Estas instituições também são responsáveis pela fiscalização e aplicação da garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes", destaca o secretário.
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