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7º Webinar do Integra Brasil discute futebol feminino e políticas públicas para atletas mulheres
As mulheres entraram em campo, nesta quinta-feira (19), durante o 7º Webinar do projeto Integra Brasil, que teve como tema “Futebol e Mulher”. O bate-bola comandado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SNPM) em parceria com as secretarias Nacional de Futebol e Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania (MC), foi transmitido pelas redes sociais do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
“Vamos lembrar que o Integra Brasil começou com o tema de combate à violência contra as mulheres. Lembro da gente entrando nos campos de futebol com as nossas faixas, nossos cartazes e a gente continua esse projeto maravilhoso”, destacou a ministra Damares Alves durante a abertura do evento.
A secretária-executiva adjunta do MMFDH, Viviane Petinelli, também comentou o episódio citado pela ministra. “Em um jogo entre Palmeiras e Flamengo fizemos a primeira inserção em campo do projeto Integra Brasil, no ano passado, com a campanha ‘Tolerância Zero com a Violência contra à Mulher’. Também tivemos o primeiro evento temático, em São José dos Pinhais (PR), com o tema ‘Futebol e Mulher’", lembrou Petinelli.
A titular da SNPM, Cristiane Britto, falou sobre os avanços obtidos por meio da discussão do tema. “Nunca se ouviu falar tanto no futebol como combate à violência contra a mulher como estamos ouvindo hoje. Estamos avançando no caminho certo. Temos recebido esse feedback das atletas”, disse.
“Em 2019 iniciamos um diálogo com a Secretaria Nacional do Futebol e, desde então, estamos em busca de políticas públicas que possam beneficiar as atletas. A SNPM tem a competência de combater a discriminação e a violência contra a mulher, e isso inclui o esporte”, acrescentou a secretária.
Após apresentar as ações da pasta relacionadas às mulheres, como a Casa da Mulher Brasileira (CMB), o projeto Mães Unidas e o Mais Mulheres na Política, Cristiane Britto deu uma boa notícia para as atletas. “Estamos juntos com a Secretaria Nacional do Futebol para dialogar com o Ministério da Educação (MEC) e ofertar condições diferenciadas para jogadoras, incluindo até a opção de formação online”, ressaltou.
Para o secretário nacional do Futebol, Ronaldo Lima, não existe mais futebol sem mulheres. “Felizmente, isso já é uma realidade. Estamos procurando dar esse aumento de visibilidade ao futebol feminino”, relatou.
Outro convidado do webinar foi o ex-treinador de futebol feminino, Kleiton Lima. Ele acredita que o Brasil é um celeiro de jogadoras. “O futebol feminino representa o país. É uma identidade da nossa nação. Temos que valorizar essas mulheres que fazem tudo de forma aguerrida e desbravadora”, argumentou.
Segundo ele, muitas meninas começam tarde a carreira porque não têm a mesma estrutura que o os meninos encontram no futebol de base. “Temos visto hoje uma gestão que está mais preocupada com o futebol feminino. É importante termos uma organização dentro do nosso país para que possamos proporcionar a essas atletas uma formação da iniciação até o profissional e para que elas possam conquistar todos os títulos das competições das quais participam”, defendeu o ex-treinador.
Esse ponto também foi defendido pela zagueira do Palmeiras, Janaína Queiroz, no webinar. “Estamos em um momento muito bom hoje, mas para chegar aqui foi um trabalho muito árduo. Nem todo lugar tem categoria de base, um clube para dar suporte. Eu não tive isso, essa felicidade de ter uma categoria de base, um ensinamento desde lá do comecinho”, contou a jogadora.
Para as meninas que enfrentam dificuldades para jogar futebol, ela deu algumas dicas. “Se está passando dificuldade, busque, trabalhe. Primeiramente, busquei minha força em Deus. Depois, três coisas me trouxeram até aqui como atleta: respeito, disciplina e honestidade. A gente tem que levar isso não só para o futebol feminino, mas para a vida”, afirmou.
A zagueira acredita que, hoje em dia, o futebol feminino tem muita visibilidade e precisa receber mais investimento. “As pessoas que dizem que o futebol feminino não tem visibilidade não amam o futebol, não amam o esporte. Recentemente, jogamos uma partida contra o Corinthians e tivemos mais de um milhão de visualizações”, comentou.
Para o diretor de futebol feminino do Palmeiras, Alberto Simão, a sociedade não entendeu ainda o crescimento das mulheres no futebol nem o seu nível de performance. “O que a mulher representa hoje no futebol não deixa dúvidas de que há total igualdade de condições no jogo em relação à performance. A gente escuta muita bobagem ainda subjugando as jogadoras mulheres, mas quando mostramos dados percebemos que é muito mais questão de preconceito e desconhecimento”, enfatizou.
Ao final do evento, o gerente de responsabilidade social e sustentabilidade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Diogo Netto, interagiu fazendo perguntas aos convidados.
O projeto
Lançado em 2019 pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), pelo Ministério da Cidadania e pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – em parceria com clubes de futebol, universidades e governos municipais e estaduais –, o Integra Brasil promove ações de inserção em campo e eventos temáticos em regiões de vulnerabilidade social para o enfrentamento de graves violações de direitos humanos.
O projeto também amplia o acesso e o alcance da prática esportiva no país e contribui para a prevenção do uso de álcool e outras drogas nos diversos espaços e ambientes esportivos. Além da paz no futebol, trata de temas como racismo, inclusão de pessoas com deficiência, direitos da criança e do adolescente, esporte como instrumento de inclusão social, combate à discriminação da mulher.
Os seminários promovidos pelo projeto têm o objetivo de sensibilizar quanto às violações de direitos humanos, à defesa dos direitos do torcedor, à educação em antidopagem e aos valores do espírito esportivo. Também buscam a prevenção ao uso de álcool e outras drogas nos diversos espaços e ambientes esportivos.
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