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70% das mulheres vítimas de feminicídio nunca denunciaram agressões
Foto: Banco de imagens/Internet
Em celebração ao "Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres", a titular da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SNPM), Cristiane Britto, participou de um webinário nesta quarta-feira (25) sobre o tema. O evento foi promovido pela Caixa Econômica Federal.
"Cerca de 70% das mulheres que foram vítimas de feminicídio nunca denunciaram ter sofrido violência. Precisamos superar esse alto índice de subnotificação. Quanto mais ferramentas nós criarmos e disponibilizarmos para essas mulheres, mais vamos combater esse grave problema", ressaltou a secretária.
A representante do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) aproveitou para frisar que novos canais de atendimento gratuitos foram disponibilizados para o registro de denúncias durante 24h. Desta forma, é possível acionar o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) e o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil, pelo site da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), pelo Telegram e, mais recentemente, pelo Whatsapp. Saiba mais.
Sobre o combate ao feminicídio e às diversas formas de violências - inclusive política -, a secretária afirmou que é preciso mudar a mentalidade do país. "A violência doméstica infelizmente é uma questão estrutural, de uma cultura em que por muito tempo essa prática foi naturalizada. Já evoluímos bastante em relação a isso, principalmente após a publicação da Lei Maria da Penha. Porém temos que admitir que há muito o que se fazer, para de fato mudarmos essa triste realidade", disse.
"Pensando nisso, estamos expandindo, em parceria com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o projeto Maria da Penha vai à escola, começando pela região Norte, no Acre. Esse projeto vai levar informação para conscientizar as crianças sobre a importância do respeito às mulheres. Entendemos que uma das saídas para o Brasil resolver esse grave problema passa pela educação", acrescentou.
Também foi destaque do evento o projeto Salve uma Mulher. Essa iniciativa do Governo Federal busca mobilizar a sociedade e oferecer informação em prol do enfrentamento à violência contra as mulheres.
Ligue 180
A coordenadora-geral do Ligue 180 e do Sistema Integrado de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência, Vanessa Vilela Berbel, ressaltou que a denúncia é a ferramenta de eliminação da violência no país.
"Tem grande importância esse evento porque podemos multiplicar as informações, atingir as nossas colegas para criar pessoas que vão amparar uma outra amiga ou também vão formar mais conhecimento sobre os seus direitos", frisou.
Berbel também citou que durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) houve um aumento do número de denúncias. Em abril deste ano, por exemplo, o crescimento foi de 35%.
"É muito gratificante poder falar do nosso Ligue 180, esse serviço público gratuito disponível 24h por dia, que vem auxiliando tanto as nossas mulheres que precisam de ajuda, de amparo, por meio da prestação de informação e do disque denúncia. O serviço registra a denúncia, encaminha para os órgãos competentes e acompanha", completou.
Ativismo
A Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM), do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), integra as ações dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, um movimento proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU).
No Brasil, a mobilização começa em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
A secretária nacional de políticas para as mulheres destaca a importância do período em razão dos encontros promovidos pela sociedade civil e pelo governo. “Ganhamos com toda a movimentação que acontece nesta pauta, que é prioridade, pois temos a oportunidade de discutir soluções para o enfrentamento à violência, sob diversas perspectivas”, enfatizou Cristiane Britto.
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