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Ministra e técnicos visitam hospital em Floriano (PI) para conhecer protocolo de atendimento para Covid-19
Foto: Prefeitura Municipal de Floriano/PI
Em reunião na prefeitura de Floriano (PI), nesta quinta-feira (14), a ministra Damares Alves e técnicos dos ministérios da Saúde e de Ciência e Tecnologia (MCTIC) conheceram o protocolo de atendimento aplicado no tratamento à Covid-19 no município pelo médico Justino Moreira.
O objetivo da visita da comitiva é dar visibilidade à alternativa, como forma de estimular equipes de médicos e cientistas no estudo sobre a eficácia do tratamento.
A ministra informou que o protocolo será levado oficialmente para análise do Ministério da Saúde e parabenizou o investimento do governo municipal na atenção básica de saúde.
"Saímos daqui impactados pela união de forças e integração do trabalho que começa desde a atenção básica até o hospital regional. Estou aqui na posição de representante do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, para apresentar soluções para garantir o maior de todos os direitos: a vida", disse Damares.
O prefeito de Floriano, Joel Rodrigues da Silva, comentou sobre o trabalho de integração dos órgãos de Saúde. "As unidades básicas de referência acompanham todos os casos. Apenas dois foram para o hospital regional, todos os outros casos são tratados em casa", destacou.
O hospital regional atende todo o sul do estado do Piauí e recebe cerca de 500 mil pacientes por ano na cidade. Durante a pandemia, chegaram ao local pessoas da capital Teresina e de outros estados, como Maranhão e Pará.
Para Joel, o sucesso do tratamento realizado por Justino é a atuação precoce. "Com o protocolo normal, só se procura o hospital se tiver falta de ar", concluiu.
O município não tem nenhum paciente internado em UTI.
O protocolo
Segundo Justino, a administração de hidroxicloroquina, azitromicina e corticoides nas primeiras fases de manifestação da doença, além de evitar a progressão, tem apresentado êxito na recuperação de infectados pelo novo coronavírus.
O médico explicou que o protocolo é resultado de experiências e conhecimentos adquiridos durante a pandemia na China e na Europa e conta com a orientação da médica Marina Bucar Barjud, que trabalha na linha de frente no combate à doença no Hospital HM Puerta del Sur, em Madrid, na Espanha.
"Eles conseguiram entender o comportamento do vírus no organismo. Na primeira semana, ele se multiplica, provocando os sintomas de febre, dores de cabeça e no corpo, e outros. Nessa semana, atacamos o vírus com o uso precoce da cloriquina e da azitromicina durante cinco dias", esclareceu.
Em Floriano, o tratamento precoce só é usado quando o paciente apresenta os sintomas por, pelo menos, 48 horas.
Os pacientes que chegam à unidade básica de saúde já fazem todos os exames necessários e, após os diagnósticos, podem escolher se serão tratados com cloroquina e azitromicina. Se optar pelo uso dos medicamentos, o paciente vai para casa com o kit para o tratamento.
"Uma vez iniciada essa fase, alguns pacientes não conseguem responder bem ao tratamento e iniciamos a fase 2, hospitalar, que começa após o 7º dia", afirmou.
Na fase 2, os médicos passam a utilizar os corticoides, considerados potentes anti-inflamatórios, na intenção de conter a doença e evitar a evolução para a fase 3, que é a de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e possível uso de ventiladores para facilitar a respiração.
Entre a população florianense, há o clamor para que o Estado disponibilize as medicações nos hospitais e os médicos os utilizem em conjunto com o consentimento do paciente.
A ministra Damares afirmou que MMFDH tem recebido denúncias por conta da falta de acesso aos medicamentos.