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Disque 100: 30% das denúncias feitas em 2019 são de violações contra pessoas idosas
De acordo com o balanço anual divulgado nesta terça-feira (2) pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, as denúncias de violações contra pessoas idosas representam 30% do total recebido pelo Disque 100 em 2019.
Ao longo do ano, o Disque Direitos Humanos contabilizou 48,5 mil registros referentes ao grupo. Esses números colocam os idosos na segunda colocação entre os grupos mais vulneráveis, atrás apenas de crianças e adolescentes, com 86,8 mil denúncias (55% do total).
A violação contra pessoas idosas que concentra o maior volume é a negligência, com 38 mil registros (quase 80% do total), seguida de violência psicológica (24%), abuso financeiro (20%), violência física (12%) e violência intitucional (2%).
Em relação a 2018, as seguintes violações apresentaram aumento: negligência (29%), abuso financeiro (19%), violência física (13%) e violência psicológica (8%).
O relatório informa que, em linhas gerais, a negligência é caracterizada pela falta de cuidado quanto às necessidades básicas do idoso, como alimentação e moradia adequada, por exemplo.
Já a violência psicológica é caracterizada por ações ou omissões que resultem em dano emocional, seja por meio de comportamentos, constrangimentos, humilhação, isolamento e outras situações.
Denúncias por unidade federativa
As violações de direitos humanos contra pessoas idosas estão distribuídas em todo o país, mas com concentração expressiva nos três estados mais populosos: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Os estados reúnem 25,2 mil denúncias de violações contra idosos, que representa 52% entre todas as recebidas pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH). Cerca de 24% ocorreram apenas em São Paulo.
Porém, o cenário muda quando se aplica uma análise que leve em conta o número de denúncias por 100 mil habitantes. Nesse caso, o Rio de Janeiro lidera, com 35,2 denúncias por 100 mil habitantes.
Minas Gerais e Distrito Federal aparecem logo atrás: 34,8 e 32,8, respectivamente. As três unidades federativas apresentam taxa acima da média nacional de 20 denúncias por 100 mil habitantes.
Perfil da vítima e do agressor
O perfil da vítima idosa é predominantemente do sexo feminino, de cor branca, com idade entre 76 e 80 anos e nível de escolaridade equivalente a fundamental incompleto. O suspeito, por sua vez, é uma pessoa do sexo feminino, de cor branca, com idade entre 41 e 60 anos e com nível fundamental incompleto.
Sobre a relação entre o suspeito e a vítima, a conclusão é de que a maioria das violências são praticadas por alguém do convívio familiar ou próximo à vítima. Filhos, netos, genros ou noras e sobrinhos aparecem em 83% dos casos.
Canais de atendimento
O Disque 100, o app Direitos Humanos Brasil e o site da ONDH oferecem serviços gratuitos e funcionam 24 horas por dia, inclusive em feriados e finais de semana. O aplicativo e o site oferecem atendimentos em Libras para pessoas com deficiência.
Os canais funcionam como "pronto-socorro” dos direitos humanos, pois atendem também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes e possibilitando o flagrante.
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