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Tráfico de pessoas: conheça o variado perfil das vítimas
O tráfico de pessoas é uma realidade no mundo, mas ainda pouco discutida no Brasil. Segundo o Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) em 2018, quase 25 mil vítimas foram detectadas no mundo em 2016.
Seguindo as proporções do gráfico, o número tende a aumentar ano após ano. As estatísticas refletem apenas os casos registrados, que podem representar apenas uma parte se levados em consideração os ainda não detectados. O tema segue sendo acompanhando de perto pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), por meio da Secretaria Nacional de Proteção Global (SNPG).
A assessora para Assuntos sobre Refugiados, Cláudia Giovannetti, falou sobre o crime. “Nesse crime, os traficantes se aproveitam da situação de vulnerabilidade das pessoas para colocá-las em uma situação de exploração. As vítimas têm perfis muito variados, podem ser mulheres, crianças, adolescentes, pessoas LGBT, imigrantes, homens. O que as une é exatamente a vulnerabilidade que as expõe a promessas e ofertas enganosas”, explicou.
De acordo com a assessora, as dificuldades exploradas não são apenas econômicas, mas sociais, situacionais ou circunstanciais. “Essas vulnerabilidades podem ser decorrentes de uma característica da pessoa como, por exemplo, o fato de ser criança, o seu sexo ou a sua orientação sexual. Também há aquelas situacionais, relacionadas e um momento pelo qual a pessoa esteja passando, como o fato de estar indocumentada em um país que não é o seu. Já as circunstanciais envolvem situações econômicas, dependência química, entre outras”, disse.
Sobre a forma de atuação dos criminosos, Claudia destacou a pluralidade na abordagem, que se modifica a depender da situação da vítima. "Uma forma comum são as promessas de emprego. O 'empregador' paga a passagem ou o alojamento da vítima, que deve pagar esse custeio com seu trabalho, uma dívida que nunca termina. Há também promessas de emprego que não correspondem à realidade. A pessoa chega no destino pensando que será garçonete ou modelo e, na verdade, pode acabar em situação de exploração sexual", observou.
A gestora também destacou as ações que envolvem a modalidade da adoção ilegal. "Nessa modalidade, alguém se aproveita da fragilidade de uma família para comprar crianças, fraudando seu registro de nascimento. Enfim, são várias as formas de tráfico de pessoas e todas precisam ser combatidas.”, relatou.
Tráfico de mulheres
O relatório da UNODC revelou que a maioria das vítimas são mulheres e meninas, recorte que chega a 72% dos casos. Os outros 21% são homens e 7% meninos. Para a secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto, o motivo é a exploração sexual. "Essas mulheres e meninas são levadas para serem exploradas sexualmente ou vítimas de trabalho escravo. Entretanto, o tema é pouco discutido na sociedade”, concluiu.
Em relação ao tráfico de mulheres, o relatório mostra que 83% são traficadas com fins de exploração sexual, 13% para trabalho forçado e 4% para outras finalidades. Já entre os homens, 82% são traficados para trabalhos forçados, 10% com fins de exploração sexual, 1% para remoção de órgãos e 7% para outros objetivos.
Prevenção
Como forma de sensibilizar e informar toda a sociedade acerca do tema, o MMFDH realiza, durante a Semana de Mobilização contra o Tráfico de Pessoas, diversas ações, como fóruns de debates, seminários e palestras on-line. O evento acontece entre os dias 27 e 31 de julho.
“Ao longo desta semana, ofertaremos uma série de informações com a intenção de prevenir situações de tráfico, bem como auxiliar as mulheres que estão passando por tal violação e não sabem a quem recorrer”, explicou a secretária Cristiane.
Serviço
Nesta quarta-feira (29) será realizada uma live no perfil do MMFDH no Facebook, além do webinário "Tráfico de Mulheres – Conhecer para Prevenir", que poderá ser acessado mediante inscrição.
Para dúvidas e mais informações:
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