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Ministério busca soluções para população de Santo Amaro/BA, que sofre com contaminação por chumbo
Crianças com problemas de saúde, deficiências físicas e anomalias tão graves que tornam impossível a sobrevivência fora do útero. Diversas outras pessoas com doenças gravíssimas e tempo de vida reduzido. O motivo é a contaminação por chumbo provocada pelo funcionamento de uma mineradora francesa em Santo Amaro/BA, entre 1960 e 1993. Com o objetivo de reabrir as discussões sobre o caso e buscar soluções para as famílias afetadas, representantes da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR), do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), estiveram no município nos últimos dias 02 a 05.
Presentes na ocasião, a coordenadora-geral para Povos e Comunidades Tradicionais da SNPIR, Isabel Paredes, e os representantes do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT/MMFDH), Raimundo Silva (Povos de Terreiro) e Jhonny Martins de Jesus (Quilombola), também lamentaram o fato de que o solo, os rios da região e até mesmo as áreas pavimentadas estão contaminadas pelo chumbo e outros metais pesados, afetando toda a população.
A coordenadora-geral observa que a situação é grave. “Houve o caso de uma criança que nasceu com o coração fora do corpo, outras que nascem sem membros superiores, membros inferiores ou até mesmo sem órgãos genitais. Um bebê nasceu sem cabeça, precisamos ajudar essas pessoas”, afirmou.
A secretária da SNPIR, Sandra Terena, comentou a situação. “Lamentavelmente é uma situação que se arrasta há anos e a nossa equipe, dentro da sua área de competência, está fazendo o possível, articulando para que esta comunidade seja assistida”, disse.
Agenda
Entre as programações da agenda em Santo Amaro, os representantes da SNPIR se reuniram com lideranças comunitárias locais e visitaram o local onde a antiga fábrica contaminadora de chumbo e metais pesados foi instalada. Também visitaram os locais atingidos pela escória de chumbo, onde habitam povos e comunidades tradicionais como pescadores e marisqueiras, além de visitarem povos de terreiro e comunidades quilombolas que convivem com a contaminação.
A equipe também foi recebida pela secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Fabya Reis, que se comprometeu, entre outras ações, a colocar o governo do estado mais próximo à população do município.