Notícias
Acordo visa beneficiar povos indígenas impactados pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte
Um conflito entre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte e indígenas da região do Médio Xingu/Pará, que foram afetados pela construção e funcionamento da empresa, se arrastava há 14 anos, desde 2005. Nesta terça-feira (03), o secretário adjunto da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR), do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Esequiel Roque do Espírito Santo, esteve em Altamira/PA, onde conduziu a primeira audiência de conciliação na Câmara de Conciliação e Arbitragem da Advocacia-Geral da União (AGU).
O objetivo foi buscar soluções para beneficiar as doze etnias indígenas da região que foram impactadas pela usina. Entre elas, dois importantes acordos foram fechados e servirão de fundamento para as próximas demandas. O primeiro trata da criação do Comitê Supervisor do Plano Básico Ambiental, Componente Indígena (PBA-CI), que ordena a implementação das quinze Condicionantes do Licenciamento Ambiental de Belo Monte.
O segundo trata do compromisso da empresa Norte Energia em realizar uma auditoria dos danos e passivos causados pelo empreendimento a todos os indígenas do Médio Xingu, para que sejam efetuados os pagamentos de indenização, a curto prazo, conforme o dano sofrido por cada etnia.
As demais demandas serão tratadas nas próximas audiências da Câmara, que tem prazo de 120 dias para realizar seus trabalhos, quando o processo retorna à Justiça Federal para sua devida homologação judicial.
Segundo Esequiel, “o processo é extremamente complexo pela abrangência dos danos e quantidade de etnias atingidas”. Além da SNPIR, participaram da audiência lideranças indígenas, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), AGU, Procuradoria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Ministério Público Federal (MPF) e a Diretoria da Norte Energia.
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), por meio da SNPIR, está comprometido com a resolução de conflitos como esse e com a garantia e proteção dos direitos dos povos e comunidades tradicionais.