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Governo Federal recebe liderança indígena Xerente, do Tocantins, para ouvir demandas da população
Foto: Luís Oliveira - SESAI/MS
O líder indígena Srewe Xerente, do povo Xerente, foi recebido por integrantes do Governo Federal na manhã desta sexta-feira (18), em Brasília. Na oportunidade, ele citou casos de violação dos direitos do seu povo. Entre as denúncias, relatos de desmatamento, caça e estupros de crianças e adolescentes nas terras onde vivem, no norte do Tocantins.
Representaram o Governo Federal, a secretária nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Sandra Terena, e a secretária Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, Sílvia Waiãpi, além das ouvidorias da Fundação Nacional do Índio (Funai) e de Direitos Humanos.
“Onde estavam os órgãos públicos que não viam nossas matas sendo destruídas? Onde estavam os órgãos públicos quando nossas crianças e jovens foram abusados e estuprados? Agora estamos vendo o governo unir esforços para nos ouvir e estou confiando que vamos resolver nossos problemas”, afirmou Swere Xerente.
O líder estava acompanhado de seu irmão e dirigente da União Indígena Xerente (Unix), Vilmar Xerente, e afirmou que defende o desenvolvimento dos povos indígenas para que possam decidir seus próprios destinos.
Swere também falou sobre os filhos que nascem como fruto desses abusos sexuais. “Nosso povo não aceita filhos que não têm pai e isso desintegra as famílias. Os aliciadores não respeitam nem mesmo as indígenas casadas, que também são vítimas de estupro”, disse.
Poder Público
A titular da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR/MMFDH) falou sobre a importância do Disque 100 (Disque Direitos Humanos). “Nós temos essa Ouvidoria Nacional e é importante que os indígenas utilizem esse serviço para denunciar qualquer indício de violação dos direitos humanos”, afirmou. “Acolhemos as demandas e vamos dar encaminhamentos com a maior brevidade possível”, concluiu a secretária Sandra Terena.
À frente da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS), Sílvia Waiãpi também orientou o líder a registrar sua denúncia por meio do Disque Saúde 136. Ela se comprometeu a tomar as providências necessárias para investigar e punir os suspeitos dos crimes.